"O número diário de casos confirmados agora parece estar estabilizado em dois dígitos, se os casos importados forem excluídos", disse Chung Sye-kyun numa conferência de imprensa no Clube de Correspondentes Estrangeiros de Seul.
"No entanto, este não é o momento de ser complacente", acrescentou.
A Coreia do Sul, país que apesar de ter mais de 9.300 infeções não limitou a circulação dos seus cidadãos e mantém as suas fronteiras abertas, conseguiu reduzir e estabilizar o número de novas infeções graças ao seu sistema de testes em larga escala e ao rastreamento exaustivo.
Mesmo assim, o país enfrenta agora pelo menos dois desafios: por um lado, casos importados, que estão em ascensão (já existem cerca de 300) e, por outro, o desafio de garantir que os cidadãos continuam a cumprir voluntariamente o "distanciamento social".
Chung, que como primeiro-ministro é responsável pela unidade que coordena a resposta do estado para conter o coronavírus, o Comando Central de Desastres e Contramedidas de Segurança, reconheceu estar "preocupado".
"Estamos preocupados em como manter as pessoas afastadas, Não acho que exista uma receita correta para isso", disse, reconhecendo o mérito e a resistência dos cidadãos.
Por esse motivo, Chung considera que as autoridades "terão de continuar a incentivar as pessoas.
No que diz respeito à política de manter fronteiras abertas e aumentar progressivamente os mecanismos para controlar a entrada de infeções importadas, Chung considerou que todas as medidas do governo até agora "foram apropriadas".
A Coreia do Sul já está a submeter a análise todos os viajantes, forçando-os a ficar em quarentena por 14 dias, independentemente do resultado.
O governo indicou hoje que começará a medir a temperatura a todos os que cheguem à Coreia do Sul e que aqueles que ultrapassarem 37,5 graus não poderão embarcar ou desembarcar, seja qual for a nacionalidade.
Quanto à possibilidade de aumentar ainda mais os requisitos de entrada no país, Chung considerou que o governo deveria ser "flexível dependendo das circunstâncias" e que "todas as opções estão abertas agora", já que a luta contra o vírus vai ser a longo prazo.
"Por isso, é necessário pensar as coisas a longo prazo", concluiu.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.