"O Presidente está no seu gabinete a trabalhar até à noite", lê-se na página oficial da presidência nigeriana na rede social Tweeter, num texto acompanhado de uma foto sem data do chefe de Estado.
O porta-voz da presidência também emitiu numa nota informativa, assinada pelo Presidente, na qual este anunciou um plano de 27 milhões de dólares (24,5 milhões de euros) para combate à propagação da pandemia de covid-19 no país mais populoso de África, com quase 200 milhões de habitantes.
"Convido todos os nigerianos a estarem vigilantes contra aqueles que querem espalhar o pânico, a desinformação e a confusão", lê-se na declaração presidencial.
A última intervenção pública de Muhammadu foi em 23 de março, quando o Presidente assegurou, num breve discurso, que todas as medidas estavam a ser tomadas para combater a pandemia da "covid-19".
Depois disso, o teste ao novo coronavírus feito ao chefe de pessoal e conselheiro sénior do Presidente, Abba Kyari, deu positivo, de acordo com várias entidades políticas do país, o que gerou ansiedade nas altas esferas do poder.
Muitos governadores anunciaram que estão em quarentena e que fizeram o teste ao novo coronavírus.
Mas o gabinete do Presidente garantiu que os testes à covid-19 do chefe de Estado e do vice-Presidente deram negativo.
Há muitas vozes na Internet a perguntar: "Onde está o Buhari?", pedindo mais transparência sobre a saúde do Presidente, que esteve em Londres muitos meses durante seu primeiro mandato por causa de uma doença que nunca foi revelada.
"Onde está Buhari? Essa é a questão na boca de todos", disse hoje um editorialista do Guardian, um jornal diário local.
E acrescentou: "Muitos cidadãos suspeitos dizem que o Presidente está alegadamente a trabalhar a partir do seu gabinete, quando as autoridades anunciaram a sua desinfeção algumas horas antes".
A saúde do Presidente é uma questão sensível na Nigéria, após a morte, em 2010, do presidente Umaru Musa Yar'Adua, que foi mantida em segredo por vários meses pelo seu gabinete.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 292 mil infetados e quase 16 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 8.165 mortos em 80.539 casos registados até quinta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.858, entre 64.059 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são desde quinta-feira o que tem maior número de infetados (mais de 85 mil).