Estas detenções ocorrem numa altura em que o Iraque regista 458 pessoas infetadas com o novo coronavírus e 40 mortos.
As forças de segurança de Bagdad revelaram que, desde 17 de março, data da entrada em vigor da medida de isolamento (alargada a todas as regiões do Iraque), já foram detidas na capital 3.040 pessoas e apreendidos 612 veículos.
No mesmo período, as autoridades policiais aplicaram quase 23 mil multas por desrespeito à proibição de circularem pela cidade ou desta para outras províncias vizinhas.
As forças de segurança apelam aos cidadãos para que respeitem a ordem de isolamento por precaução e que não representem uma "carga" ao trabalho dos agentes que desempenham muitas tarefas de prevenção contra a epidemia do novo coronavírus.
Hoje, o exército iraquiano enviou reforços para o populoso bairro xiita de Sadr, a este de Bagdad, para implementar a medida de isolamento face ao desrespeito de muitos dos residentes que inclusivamente participaram em cerimónias religiosas em grupo e em outras concentrações.
Unidades militares foram destacadas para as províncias do sul do país - Baçorá e Najaf - locais em que se registaram o maior número de contágios e onde as populações não acataram devidamente as restrições impostas.
A missão da ONU no Iraque apelou nos últimos dias para que os iraquianos evitem aglomerações e atos sociais ou religiosos, advertindo que nenhum esforço das autoridades terá êxito se não houver a colaboração da população.
O governo iraquiano decretou o isolamento em Bagdad a 17 de março e estendeu posteriormente a medida a todo o país até dia 28, e já anunciou que vai prorrogar a medida até 11 de abril em resultado do aumento dos contágios.
O Iraque foi um dos primeiros países árabes afetados pela pandemia, devido às boas relações de vizinhança com o Irão, tendo agora as fronteiras fechadas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 572 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 26.500.
Dos casos de infeção, pelo menos 124.400 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.