Ativista do Uganda alerta para pouco investimento na saúde em África

O cantor e líder da oposição do Uganda, Bobi Wine, que lançou uma música pedindo às pessoas para lavarem as mãos, critica os governos africanos pelo fraco estado dos sistemas de saúde neste populoso continente.

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Lusa
29/03/2020 14:59 ‧ 29/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Na sua nova canção, com o título 'Corona Virus Alert', Bobi Wine salienta as medidas de proteção contra a pandemia de covid-19, que já afeta 46 países africanos e critica a falta de investimento na saúde.

"Há muito tempo que estamos a alertar o Governo do Uganda, como muitos outros governos africanos, para a negligência a que têm votado os sistemas de saúde que servem quer os ricos, quer os pobres", disse o cantor, com o nome real Kyagulanyi Ssentamu, em entrevista à Assocated Press.

"Investiram muito em armas e investiram muito em silenciar a voz do povo", acrescentou o cantor que é também um possível candidato à Presidência do Uganda.

A propagação do novo coronavírus "é o tempo ideal para se lembrarem que um sistema de saúde eficaz é não só um benefício para os pobres, mas também para os ricos, porque da maneira como isto está, não podem viajar para ter cuidados de saúde no estrangeiro, e têm de recorrer aos mesmos cuidados de saúde que os pobres, e isto devia ser uma mensagem para os governantes", defendeu.

As críticas deste ativista tornaram-no num líder para aqueles que se opõem ao Presidente ugandês, Yoweri Museveni, que governa este país da África Oriental desde 1986, e que deverá candidatar-se a um novo mandato no próximo ano.

Desde que anunciou que iria concorrer contra Museveni, o cantor viu os seus concertos impedidos pelas autoridades e queixa-se frequentemente de ser agredido e assediado pelas forças de segurança, mas autoridades acusam-no de promover a violência entre os seus fãs.

O diretor da Organização Mundial de Saúde, que pediu aos governos africanos para reservarem pelo menos 15% dos seus orçamentos para a Saúde, mas sem sucesso entre a generalidade dos países, já avisou o continente para se "prepararem para o pior" devido à propagação do novo coronavírus.

O Uganda reportou 30 casos de covid-19, na sua maioria em pessoas que viajaram recentemente e passaram pelo Dubai.

O número de mortes em África resultante de infeção por covid-19 passou nas últimas 24 horas de 117 para 134, com o número de casos a aumentar de 3.924 para 4.282, segundo as estatísticas mais recentes.

No total, mantêm-se os números de países com casos registados (46) e o de países com mortes por infeção pelo novo coronavírus (19).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.

Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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