Dinamarca anuncia "abertura gradual" se números permanecerem estáveis

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anunciou hoje uma "abertura gradual" após a semana da Páscoa às medidas de "distanciamento social aplicadas devido à pandemia de covid-19, caso se mantenha estável o número de contagiados e de mortos.

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Lusa
30/03/2020 18:46 ‧ 30/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

A Dinamarca encerrou instituições públicas e educativas, proibiu as concentrações de mais de dez pessoas e encerrou as fronteiras a estrangeiros sem autorização de residência em meados de março, antes de ter registado apenas um morto pelo novo coronavírus.

As medidas, que de início deveriam vigorar por suas semanas, foram prolongadas pelo Governo até 13 de abril.

"Se os dinamarqueses prosseguirem unidos nas próximas semanas e mantendo o distanciamento, se os números permanecerem estáveis e razoáveis, o Governo iniciará uma abertura gradual e controlada da nossa sociedade após a Semana Santa", afirmou Frederiksen em conferência de imprensa.

Os últimos números oficiais hoje anunciados registam 533 doentes com a covid-19, com 137 nos cuidados intensivos, e 77 mortos, mais cinco que no domingo, números que segundo a primeira-ministra refletem que "a curva está a abater", apesar de a situação se manter "grave".

Frederiksen sublinhou que as iniciativas introduzidas tiveram efeito e que a curva se mantém na zona verde, apesar de advertir que caso os dinamarqueses não respeitem nas próximas duas semanas as medidas de distanciamento, a situação pode agravar-se e serem adotadas outras decisões mais estritas.

"Em outros países vemos soldados a transportar cadáveres em camiões, pavilhões convertidos em morgues. Há pessoas que morrem nas suas camas e apenas a encontram passado algum tempo. Tudo isso acontece na Europa, mas a Dinamarca não caminha nessa direção", assegurou Frederiksen.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.

A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 7.340, entre 85.195 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (143.055).

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.470 casos (mais de 75 mil recuperados) e regista 3.304 mortes. A China anunciou hoje 31 novos casos, dos quais 30 oriundos do exterior, e mais quatro mortes, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes.

Os países mais afetados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.757 mortes reportadas até hoje (41.495 casos), a França, com 2.606 mortes (40.174 casos) e os Estados Unidos com 2.514 mortes (143.055 casos).

O número de mortes África subiu para 148, com o número de casos acumulados a aproximar-se dos 5.000 em 46 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia.

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