O governo da Malásia está no 'centro do turbilhão' depois de, nos últimos dias, ter dado início a uma campanha denominada #WomenPreventCOVID19 (#MulheresPrevinemCOVID19), que tem vindo a merecer dura contestação por parte do público.
A campanha em causa, relata a agência noticiosa Reuters, apela a que as "mulheres se arranjem em casa e evitem chatear os maridos" de forma a evitar possíveis casos de violência doméstica durante a pandemia do novo coronavírus.
Um dos cartazes emitidos pelo governo malaio contempla a imagem de um homem sentado num sofá, acompanhado de uma mensagem na qual é pedido às mulheres que tentem não ser "sarcásticas" caso necessitem de ajuda nas tarefas domésticas.
Nisha Sabanayagam, responsável pelo grupo malaio All Women's Action Society defende que a ação é "extremamente condescendente tanto para homens como para mulheres" e avisa que "promove o conceito de desigualdade de género" no país.
Na mais recente edição do ranking sobre igualdade de género do Fórum Económico Mundial, a Malásia ficou colocada no 104.º lugar num total de 153 países, em especial devido aos fracos resultados obtidos em matéria de capacitação política e participação económica das mulheres.
O país, que contabiliza um total de 2 626 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus e 37 mortes, decretou confinamento parcial obrigatório no passado dia 18 de março.