"Sim, certamente estamos a estudar um veto [das viagens do Brasil]", disse Donald Trump, questionado sobre essa possibilidade durante a conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus.
"Estamos a estudar muitos países (...). O Brasil, por exemplo, não teve problemas até muito recentemente e agora começa a tê-lo", explicou.
O Brasil é o país latino-americano com mais casos confirmados da covid-19 (5.717) e também o maior número de mortes (201).
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, grande aliado de Trump, tem-se oposto ao confinamento e é defensor do regresso ao trabalho, tendo mesmo apelidado as quarentenas de alguns dos 27 estados do país, como São Paulo, de "crime".
Trump proibiu a entrada de viajantes oriundos da China em janeiro e, em meados de março, tomou a mesma decisão com as que chegaram da Europa, a última medida por um período de 30 dias.
"Decidi tomar várias medidas fortes, mas necessárias, para proteger a saúde e o bem-estar de todos os americanos. Para impedir que novos casos entrem nas nossas fronteiras, suspenderemos todas as viagens da Europa para os Estados Unidos", disse Trump ao anunciar o veto a 12 de março.
Além do possível veto ao Brasil, na conferência de imprensa de terça-feira, Trump alertou a nação que as próximas duas ou três semanas serão "muito dolorosas" e que a covid-19 matará pelo menos 100.000 pessoas, admitindo que o número pode chegar às 240 mil.
Os Estados Unidos registaram esta terça-feira um recorde diário de 865 mortes, de acordo com uma contagem efetuada pela Universidade Johns Hopkins.
Com esta forte aceleração elevou-se para 3.873 o número total de mortes desde o início da pandemia no país.
Os Estados Unidos também são, de longe, o país do mundo com o maior número de casos registados (188.172), registando nas últimas 24 horas mais 24.743 pessoas infetadas, ainda de acordo com a universidade, que atualiza continuamente os dados.
O número recorde de mortes em 24 horas foi observado a 27 de março na Itália (969 mortes).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 452 mil infetados e mais de 29.900 mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 12.428 mortos em 105.792 mil casos confirmados.