Grécia tenta travar propagação entre refugiados após caso de infeção

As autoridades sanitárias gregas prosseguiam hoje os esforços para tentar travar a propagação do novo coronavírus no campo de refugiados de Ritsona, perto de Atenas, onde vive uma migrante que na terça-feira foi diagnosticada com covid-19.

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Lusa
01/04/2020 17:42 ‧ 01/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Esta migrante, que foi diagnosticada após ter dado à luz num hospital da capital grega, foi o primeiro caso oficial de infeção pelo novo coronavírus entre os migrantes que vivem em campos de acolhimento de refugiados na Grécia.

Até ao momento, todos os testes de rastreio realizados no campo pelas autoridades sanitárias gregas, que incidiram nas pessoas alojadas nos 15 contentores mais próximos do contentor onde vive a migrante doente com covid-19, deram negativo.

A ação no terreno, segundo informaram as autoridades de saúde pública gregas, pretendeu identificar e testar todas as pessoas no campo de acolhimento que nos últimos dias terão tido contacto com a migrante.

Sobre este caso, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou por sua vez, através do seu representante no campo de Ritsona, que a migrante em questão vive num contentor que tem cozinha e casa de banho própria, condições que limitam uma possível transmissão do vírus a outros refugiados ou aos funcionários que trabalham naquele espaço.

Para tentar resolver a atual situação, a OIM anunciou que os espaços comuns utilizados para diversas atividades no campo, que tinham sido encerrados por precaução, serão novamente reabertos e serão utilizados como locais de quarentena caso existam novos contágios.

A par destas ações no campo de refugiados de Ritsona, as autoridades sanitárias gregas também estão a monitorizar as pessoas que tiveram em contacto com a refugiada no hospital em Atenas, uma vez que a origem do contágio ainda não foi esclarecida.

Perante a ameaça de uma possível propagação descontrolada da doença covid-19 nos vários campos de refugiados sobrelotados que existem na Grécia (tanto no território continental como nas ilhas gregas), onde as condições de vida são precárias e as condições sanitárias são muito débeis, as autoridades europeias e várias organizações humanitárias têm vindo a insistir na necessidade de reduzir a lotação destes centros de acolhimento e de retirar os migrantes considerados como mais vulneráveis.

No campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, onde vivem cerca de 20 mil pessoas, "há um chuveiro para cada 200 pessoas e uma torneira com água potável para cada 1.300 pessoas", relatou hoje o diretor da organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras Grécia, Vasilis Stravaridis.

"Com estas condições, não há um plano de gestão em caso de contágio, apenas a esperança de que isso não aconteça", disse o representante.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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