África do Sul considera reforços da China e Cuba para combater pandemia

As autoridades sul-africanas estão a considerar reforços médicos da China e de Cuba para conter a propagação do surto epidémico no país que regista perto de 1.400 casos de infeção pelo novo coronavírus, disse hoje o ministro da Saúde.

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Lusa
01/04/2020 21:00 ‧ 01/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Zweli Mkhize justificou a medida devido à "experiência de saúde comunitária" dos dois países tendo em conta o aumento da propagação da pandemia na África do Sul que, segundo referiu, requer ações "mais rápidas e imediatas", nomeadamente de análises clínicas.

"Precisamos de profissionais experientes no terreno, que tomem decisões rapidamente", disse Mkhize.

O ministro da Saúde da África do Sul falava, em Joanesburgo, no lançamento de 67 novas unidades laboratoriais móveis que vão efetuar testes de covid-19 junto das populações em várias regiões do país, que não especificou, como parte do reforço das medidas de contenção do surto epidémico no país.

"O vírus passou a ser transmitido localmente e por isso os testes têm de ser incrementados", afirmou.

Nesse sentido, Zweli Mkhize referiu também que a África do Sul está atualmente a realizar 5.000 análises diárias nos laboratórios do país, e que as autoridades estimam fazer 30.000 testes ao novo coronavírus até à próxima semana.

Além das novas unidades móveis, a África do Sul operacionalizou 180 centros para testes e mais 320 unidades de teste que se encontram dispersas por todo o país, indicou Mkhize.

As autoridades sul-africanas realizaram até ao momento 44.201 testes, maioritariamente em laboratórios privados, disse Mkhize.

O Governo está já a planear a alocação de recursos para o pior dos cenários de infeção pandémica, sendo que, na província de Gauteng, as autoridades provinciais estimam vir a ser necessárias 1.500 camas hospitalares nas unidades de cuidados intensivos, foi também anunciado.

"Temos 84.000 camas no setor público e se necessário teremos também acesso à rede do privado", adiantou o ministro.

"Algumas empresas disponibilizaram-se também a fabricar mais ventiladores, e embora estejamos neste momento bem apetrechados estamos a planear reforçar o 'stock' em reserva", referiu Mkhize.

O ministro da Saúde sul-africano disse hoje que a África do Sul regista 1.380 (eram 1.353) casos positivos da doença provocada pelo novo coronavírus.

Todavia, o governante escusou-se a atualizar o número oficial de mortos em resultado da doença, remetendo a divulgação para uma comunicação posterior.

Na terça-feira, uma mulher de 46 anos morreu em Umlazi, província litoral do KwaZulu-Natal, aumentando para cinco mortos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 176.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 490 mil infetados e cerca de 33.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.155 óbitos em 110.574 mil casos confirmados até terça-feira.

O número de mortes em África subiu para pelo menos 196 num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.

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