"Hoje, os EUA estão a fortalecer as operações antidroga na América Latina para proteger o povo norte-americano do flagelo mortal das drogas. Não permitiremos que os cartéis de drogas aproveitem esta pandemia para ameaçar a vida dos norte-americanos", anunciou Trump, em conferência de imprensa.
O anúncio desta operação militar antidroga foi feito na conferência de imprensa diária da Casa Branca sobre o novo coronavírus, que causou já mais de 4.700 mortos e infetou mais de 200 mil pessoas no país.
Na ocasião, o Presidente explicou que as operações militares já se iniciaram e têm o apoio de 22 outros países, que fornecerão informações de inteligência e de natureza militar.
"Estamos a colocar navios de guerra, helicópteros, aviões da força aérea para vigilância e patrulhas da Guarda Costeira, duplicando as nossas capacidades de intervenção na região", disse Trump, que apareceu ladeado pelos líderes militares do país.
O objetivo da operação serão os cartéis mexicanos e o círculo próximo ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, contra o qual a Justiça dos Estados Unidos avançou, na semana passada, com acusações por tráfico de drogas.
O secretário da Defesa norte-americano, Mark Esper, referiu na conferência de imprensa que "o regime ilegítimo de Maduro na Venezuela confia nos benefícios que advêm da venda de drogas para manter o seu poder opressivo".
Membros da administração norte-americana explicaram que nos últimos dias os serviços de inteligência norte-americanos detetaram que os grupos de narcotráfico planeavam tirar proveito da crise causada pela pandemia de covid-19 para introduzir mais drogas nos Estados Unidos.
Questionado por que razão decidiu lançar esta operação nesta altura, Trump aludiu aos relatórios dos serviços de inteligência.
Na terça-feira, as autoridades norte-americanas anunciaram que descobriram um túnel de 600 metros na fronteira entre o México e o estado da Califórnia (EUA) no qual havia um carregamento de droga avaliado em 30 milhões de dólares (cerca de 27,4 milhões de euros).
A semana passada, a Justiça norte-americana avançou com acusações contra Maduro, mas na terça-feira o Departamento de Estado propôs a criação de um governo de transição que inclua representantes de Maduro e do líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como o presidente legítimo do país por meia centena de países.