"Pela história, pela geografia, pelo direito, pelo sentimento e pelos nossos que caíram e ex-combatentes. Hoje, como em cada 02 de abril, reivindicamos a nossa soberania e dizemos, como sempre: Malvinas Argentinas!", referiu o Presidente, Alberto Fernández, na sua conta na rede social Twitter.
Fernández, que hoje também completa 61 anos, acompanhou a sua mensagem com um vídeo em que rende homenagem aos soldados caídos e aos ex-combatentes da guerra de 1982.
"Reivindicamos a soberania no nosso território nacional. As ilhas Malvinas foram, são e serão argentinas", conclui o vídeo, que exibe os jovens soldados argentinos enviados para combater no arquipélago, situado cerca de 400 quilómetros a leste da zona costeira do país sul-americano.
A vice-Presidente, Cristina Fernández, também assinalou o aniversário numa breve mensagem no Twitter: "Aos que caíram e aos ex-combatentes, com orgulho, respeito e honra".
Em 02 de abril de 1982, a ditadura militar então no poder na Argentina, na sequência do golpe de 1976, desencadeou uma operação para recuperar as ilhas, desde 1833 administradas pelo Reino Unido, que degenerou num conflito armado até à rendição argentina em 14 de junho e posterior retirada, com um balanço de 649 mortos argentinos, 255 britânicos e três insulares.
O isolamento social obrigatório imposto na Argentina desde 20 de março para evitar a propagação da covid-19 implicou uma alteração das homenagens pelas ilhas Malvinas (designadas Falkland pelos britânicos).
O ministro da Defesa, Agustín Rossi, participou no içar da bandeira nacional no Edifício Libertador de Buenos Aires, na presença dos chefes dos três ramos das Forças Armadas e do chefe de Estado-Maior, general Juan Martín Paleo.
Na breve cerimónia, o ministro destacou as tarefas agora atribuídas aos militares no âmbito da pandemia provocada pelo novo coronavírus, desde a instalação de hospitais de campanha até à distribuição de alimentos pelos bairros pobres.
Devido à quarentena, a data também foi celebrada através das redes sociais, com recitais de música virtuais ou a convocatória à população para cantar o hino nacional nas suas habitações.
A tradicional vigília que se realiza anualmente desde 1955 entre 01 e 02 de abril na cidade de Rio Grande, na província austral da Terra do Fogo e ilhas do Atlântico sul foi suspensa devido à quarentena obrigatória, mas os seus organizadores convocaram a população local para uma "vigília virtual" com a entoação do hino nacional e um minuto de silêncio em memória dos mortos no conflito armado.
Para retomar o arquipélago, o governo da então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher mobilizou a maior expedição militar desde a II Guerra Mundial e impôs a superioridade das suas forças navais com o apoio dos Estados Unidos e da NATO.
A vitória britânica precipitou a queda da ditadura militar argentina e também contribuiu para a reeleição do governo conservador de Thatcher em 1983. Os dois países mantiveram o corte de relações diplomáticas até 1990.