No final da primeira reunião informal de ministros da Defesa por videoconferência, o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, admitiu que possa vir a ser reduzido o número de militares em algumas missões, mas sublinhou a importância de as mesmas prosseguirem, e agradeceu aos 27 pelo seu "forte compromisso" de hoje no sentido de não tomarem decisões unilaterais (de retirada de pessoal).
Na conferência de imprensa que se seguiu a três horas de videoconferência, Borrell apontou que foram discutidos dois grandes temas: a assistência militar para fazer face à pandemia e a situação nas 17 missões operações civis e militares da UE espalhadas pelo mundo.
Relativamente a este segundo ponto, o Alto Representante especificou que a discussão focou-se nas seis operações e missões militares da UE, congratulando-se por os 27 reconhecerem a importância de as manter, acautelando a saúde e segurança do pessoal europeu destacado, o que, apontou, é naturalmente uma prioridade.
"Mas ao mesmo tempo, [é necessário] assegurar que mantêm a presença no terreno e continuam a conduzir as atividades na medida do possível, para evitar impactos negativos a nível de segurança", disse, sublinhando que estas missões encontram-se em "países e regiões que já são frágeis e afetados pela instabilidade", que só tende a piorar face à pandemia de covid-19.
"É por isso que é importante que continuemos comprometidos e mantenhamos o nosso apoio, mesmo que em algumas missões talvez seja necessário reduzir o pessoal. Mas temos de encontrar formas de prosseguir esse apoio, ainda que adaptando-nos às circunstâncias. E vamos atuar de forma coordenada, evitando decisões unilaterais por parte dos Estados-membros envolvidos nestas operações e missões. Este foi um forte compromisso e agradeço a todos os Estados-membros por isso", disse.
Relativamente ao outro grande tópico em agenda, Josep Borrell indicou que a videoconferência de hoje permitiu a partilha de "exemplos notáveis de como as forças armadas europeias estão a contribuir para os esforços de combate ao coronovirus".
Esse "contributo notável" traduz-se "em muitos aspetos e áreas", apontou, tais como o transporte e apoio logístico, a construção de hospitais de campanha em tempo recorde, o envio de pessoal médico e o apoio às forças de segurança e outros serviços nacionais.
Além disso, enalteceu, o apoio das forças armadas não se restringem às fronteiras de cada Estado-membro, tendo o Alto Representante lembrado que já foram utilizados aviões militares para o repatriamento de cidadãos europeus que se encontravam em países terceiros, bem como para a evacuação de pacientes de unidades hospitalares de um país para outro, e para entrega de equipamento médico.