A África do Sul, o país africano mais afetado pela covid-19, decretou o confinamento obrigatório até 16 de abril para os cerca de 57 milhões de habitantes como uma das medidas de luta contra a doença, que soma mais de 1.700 pessoas infetadas e já causou 13 mortes.
Apesar da ordem, a ministra das Comunicações, Stella Ndabeni-Abrahams, foi apanhada em flagrante desobediência numa foto publicada, no domingo, na rede social Instagram, em que aparece a almoçar com outras cinco pessoas na casa de um antigo ministro.
O chefe de Estado sul-africano informou hoje, numa declaração pública, ter convocado a ministra e determinado a sua suspensão durante dois meses, incluindo um mês sem vencimento.
Disse ter também ordenado que "apresentasse publicamente as suas desculpas à nação".
"O confinamento é imposto a todos os sul-africanos", afirmou Cyril Ramaphosa.
"Nenhum de nós, muito menos um membro do executivo, deve sabotar o nosso esforço nacional para salvar vidas", insistiu, sublinhando que "ninguém está acima da lei".
Ramaphosa afirmou ainda que "a justiça seguirá o seu curso" para determinar se a atuação da ministra é passível de ação penal.
O estado de emergência imposto pelas autoridades sul-africanas no âmbito da luta contra o novo coronavírus prevê penas máximas de seis meses de prisão e multas pesadas para todos os infratores.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou hoje as 500 num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A África do Sul é o país com mais casos confirmados da doença (1.749), registando 13 mortes.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.