Covid-19: "Aplausos" minimizam estigma de que é alvo, diz médica belga

Elisabeth Lenoir trabalha nos cuidados paliativos de um hospital na Bélgica e, desde o início do novo coronavírus, o stress e o estigma estão presentes no seu dia a dia.

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Silvia Abreu
09/04/2020 19:09 ‧ 09/04/2020 por Silvia Abreu

Mundo

Covid-19

A médica belga Elisabeth Lenoir é uma das que combatentes na linha de frente do combate à Covid-19. Depois do trabalho, vai sempre dar uma corrida pelo bairro onde vive e cumpre rigorosamente as medidas de distanciamento social, uma vez que está em contacto com pacientes infetados pelo novo vírus, conta à Reuters.

No entanto, além do stress sob o qual está, devido ao trabalho, sempre que passa vê os vizinhos - que sabem qual a sua profissão - afastarem-se dela.

"Sinto-me como o Moisés", começou por referir, fazendo uma comparação bíblica da sua situação à separação de águas do Mar Vermelho. "É um pouco estranho, mas faz-me rir", acrescentou.

A preocupação não é só de Elisabeth e também o marido se preocupa com o risco de ela contrair a infeção. No entanto, para Lenoir todo o stress e estigma perdem a força pelas 20h00, todos os dias, quando as comunidades locais abrem as janelas de casa e aplaudem o trabalho dos profissionais de saúde.

A Bélgica está sob quarentena desde o dia 18 de março e, até ao momento, tem cerca de 25.000 casos confirmados do novo coronavírus e mais do que 2.600 óbitos.

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