Esquerda Unitária diz que acordo do Eurogrupo traz "mais austeridade"
O grupo da Esquerda Unitária no Parlamento Europeu (GUE) lamentou hoje que o Eurogrupo tenha rejeitado a solidariedade com os Estados-membros mais afetados pela covid-19 e chegado a um acordo que representa "mais austeridade".
© SIC
Mundo Covid-19
"Apesar da atual crise sanitária que a Europa e o mundo enfrentam, os ministros das Finanças rejeitaram a solidariedade com os Estados-membros mais duramente atingidos pela atual pandemia e mantiveram-se firmes no seu compromisso para com os dogmas falhados", salienta o GUE (que integra os eurodeputados do PCP e os do BE), em comunicado.
O GUE destaca também que o acordo alcançado representa "mais uma década de austeridade para Estados-membros onde o investimento nos serviços públicos nunca foi mais urgente".
"Depois de semanas de tumulto e uma maratona de horas de conversações, uma reunião online do Eurogrupo acabou por capitular perante os obstinados campeões da ortodoxia, ativando o Mecanismo de Estabilidade Europeu, mas apertando as cadeias da austeridade que submetem os Estados à condicionalidade", salienta ainda o grupo.
Na quinta-feira, e após uma reunião de cerca de 20 horas (que começou na terça-feira e esteve interrompida), o Eurogrupo aprovou a proposta apresentada em 02 de abril passado pela Comissão Europeia de um instrumento temporário, o "Sure", que consistirá em empréstimos concedidos em condições favoráveis pela UE aos Estados-membros, até um total de 100 mil milhões de euros, com o objetivo de ajudar os Estados a salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de emprego temporário.
Para as empresas, a solução passa pelo envolvimento do Banco Europeu de Investimento (BEI), através de um fundo de garantia pan-europeu dotado de 25 mil milhões de euros, que permitirá mobilizar até 200 mil milhões de euros suplementares para as empresas em dificuldades, sobretudo pequenas e médias empresas.
Aprovadas foram também linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate permanente da zona euro, destinadas a cobrir custos direta ou indiretamente relacionados com a resposta a nível de cuidados de saúde, tratamento e prevenção da covid-19.
O Eurogrupo acordou ainda a criação de um fundo de recuperação após a crise gerada pela covid-19, mas pediu aos líderes europeus para decidirem "o financiamento mais apropriado", se através da emissão de dívida ou de "formas alternativas".
Sobre esta última questão, Von der Leyen garante no Twitter que "a Comissão Europeia irá responder ao apelo [feito pelo Eurogrupo] para uma ação decisiva através de um plano de recuperação e de um quadro financeiro plurianual reforçado", isto em "cooperação com o presidente do Conselho Europeu", o belga Charles Michel.
Caberá agora aos líderes europeus, que se deverão reunir nos próximos dias, acordar os detalhes deste fundo de recuperação, desde logo as fontes de financiamento, os aspetos jurídicos e ainda a sua relação com o orçamento europeu.
A pandemia do novo coronavírus já matou 96.340 pessoas em todo o mundo e infetou quase 1,6 milhões em 193 países e territórios desde o início da pandemia, em dezembro passado, na China.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com