De acordo com Martin Hewitt, presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia, dados provisórios indicam que a taxa de criminalidade caiu cerca de 21% nas últimas quatro semanas, relativamente ao mesmo período do ano passado.
No entanto, as autoridades britânicas têm registado um aumento de outro tipo de criminalidade, nomeadamente de fraude e abuso infantil com recurso a internet, devido a um maior uso de aparelhos digitais numa altura em que as pessoas passam mais tempo em casa.
Hewitt revelou ainda, durante a conferência de imprensa diária do Governo sobre a crise, que foram detidos 400 suspeitos de violência doméstica em apenas duas semanas na região de West Midlands, no centro de Inglaterra.
Num dia apenas, na semana passada, acrescentou a ministra do Interior, Priti Patel, a linha telefónica de apoio recebeu 120% mais de chamadas do que o normal, levando ao anúncio hoje de um financiamento adicional de dois milhões de libras (2,3 milhões de euros) para ajudar vítimas de violência doméstica.
"Tenho estado a trabalhar com a forças de segurança, instituições de caridade, escolas, empresas e autoridades locais para abordar este cenário de ameaças em transformação", explicou Patel.
Sobre o respeito pelas restrições em curso, números provisórios sobre a ação da polícia em Inglaterra e País de Gales para fazer respeitar o regime de confinamento revelam que se registaram 1.804 multas aplicadas até 08 de abril, uma média de menos de 84 por dia, adiantou Martin Hewitt.
"Isto mostra que a esmagadora maioria das pessoas está a seguir as regras para ficar em casa para proteger o NHS [sistema nacional de saúde britânico] e salvar vidas", saudou o presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia.
Para tentar travar o contágio, o Reino Unido encontra-se em regime de confinamento desde 23 de março, estando em vigor restrições ao funcionamento de bares, cafés e restaurantes, autorizados apenas a vender para fora, enquanto que outros estabelecimentos, como lojas de roupa, cinemas, teatros e ginásios, estão encerrados.
As pessoas só estão autorizadas a sair para comprar bens essenciais, como comida ou medicamentos, para fazer exercício uma vez por dia, para ajudar pessoas vulneráveis ou para trabalhar quando não o possam fazer de casa.
Na atualização dos dados feita hoje, o ministério da Saúde indicou terem morrido mais 917 pessoas nas últimas 24 horas, elevando para 9.875 o total de óbitos durante a pandemia covid-19 no país, enquanto que o número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus aumentou para 78.991 casos positivos.
Na sexta-feira, o balanço diário das autoridades britânicas registou 980 óbitos de pacientes com covid-19, o maior aumento número de mortes num só dia na Europa, superando os recordes diários de Itália (919) e Espanha (950).