Covid-19: Alemanha condena insultos e agressões a franceses na fronteira
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros condenou hoje as agressões e insultos contra cidadãos franceses que têm ocorrido junto à fronteira com França, país que tem sido mais afetado pela pandemia da covid-19.
© Reuters
Mundo Covid-19
"O coronavírus não conhece nacionalidades e o mesmo se aplica à dignidade humana. Custa ver como os nossos amigos franceses estão a ser insultados e atacados por causa da covid-19. É um comportamento inaceitável", afirmou o ministro Heiko Maas, na rede social Twitter.
A Alemanha restringiu as entradas terrestres no território a 16 de março, para conter a pandemia da doença, obrigando a controlos de circulação com os países vizinhos, entre os quais França.
Há relatos de atos de hostilidade, agressões e insultos para com franceses que tentaram entram em território alemão, o que levou o presidente da câmara da localidade alemã de Gersheim, Michael Clivot, a criticar o encerramento da fronteira.
Num discurso que será transmitido hoje ao país, através dos canais públicos de televisão, o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, recordou que o país está obrigado a ser solidário com os outros estados europeus, especialmente os mais afetados pela covid-19.
"A Alemanha não pode sair forte e saudável desta crise se os nossos vizinhos não saírem também fortes e saudáveis. Trinta anos depois da reunificação da Alemanha e 75 anos depois do fim da segunda Guerra Mundial, não só nos é pedida solidariedade como estamos obrigados a ela", disse.
Na mensagem, que foi antecipada para os media alemães, Frank-Walter Steinmeier recusa-se a apelidar a pandemia da doença covid-19 de "guerra", como fez o seu homólogo francês, Emmanuel Macron.
"As nações não se opõem a outras nações, e os soldados a outros soldados. Este é um teste à nossa humanidade", disse o chefe de Estado alemão.
Os casos de covid-19 na Alemanha subiram 4.133 em apenas um dia para um total de 117.658, e o número de pessoas curadas aumentou 3.300 para 57.400, segundo o Instituto Robert Koch.
A entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças adianta que houve um crescimento de 171 vítimas mortais em relação ao dia anterior, para o total de 2.544.
A Baviera, maior estado federado da Alemanha, continua a registar o maior aumento e o maior número de casos do país, aumentando 747 para 31.453.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou a morte a mais de 100 mil pessoas e infetou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, mais de 335 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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