O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson abandonou, este domingo, o hospital St. Thomas, em Londres, precisamente uma semana após dar entrada com complicações derivadas de uma infeção pelo novo coronavírus, já plenamente curado.
Horas depois, o líder britânico fez questão de deixar uma mensagem ao país através das redes sociais, agradecendo o cuidado que mereceu ao longo destes dias, sem esquecer, inclusive, o especial contributo de um enfermeiro português.
"Espero que não se importem se mencionar dois enfermeiros em particular que se mantiveram ao meu lado durante 48 horas quando as coisas poderiam ter seguido qualquer um dos caminhos. São a Jenny, da Nova Zelândia. Invercargill, no sul, para ser exato. E Luís, de Portugal, perto do Porto", afirmou.
"A razão, no final, pela qual o meu corpo começou a receber oxigénio suficiente foi porque, durante todos os segundos na noite, estiveram a observar, a pensar, a cuidar e a tomar as intervenções necessárias. É assim que também sei que, por todo este país, 24 horas por dia, por cada segundo de cada hora, há centenas de milhares de funcionários do serviço nacional de saúde que estão a agir com o mesmo cuidado, pensamento e precisão da Jenny e do Luís", acrescentou.
A mensagem do primeiro-ministro do Reino Unido:
"Boa tarde. Deixei hoje o hospital após uma semana na qual o serviço nacional de saúde salvou a minha vida, sem dúvida. É difícil encontrar palavras para exprimir a minha dívida, mas, antes de falar sobre isso, quero agradecer a todos no Reino Unido, pelo esforço e sacrifício que fizeram e estão a fazer. Quando o sol reaparece e as crianças estão em casa, quando todo o mundo natural está no seu auge e a rua está tão convidativa, consigo apenas imaginar quão duro tem sido seguir as regras de distanciamento social.
Agradeço-vos, porque tantos milhões e milhões de pessoas neste país têm feito o que é correto. Milhões estão a atravessar a dureza do isolamento com fé, paciência, e com pensamento e cuidado pelos outros, assim como por si próprios. Quero que saibam que, neste domingo de Páscoa, acredito que os vossos esforços valem a pena, e isso demonstra-se diariamente. Porque, embora estejamos de luto diariamente por aqueles que nos são retirados em tamanhos números, e apesar de a luta não ter, de todo, terminado, estamos agora a fazer progressos nesta incrível batalha nacional contra o coronavírus. Uma batalha que nunca escolhemos, contra um inimigo que ainda não percebemos inteiramente.
Estamos a fazer progressos nesta batalha nacional, porque o público britânico formou um escudo humano em torno do maior bem nacional deste país, o nosso serviço nacional de saúde. Percebemos e decidimos que, se juntos conseguirmos manter o nosso serviço nacional de saúde seguro, se conseguirmos impedir que fique sobrecarregado, então não podemos ser batidos, e este país pode erguer-se em conjunto e ultrapassar este desafio, como ultrapassámos tantos no passado. Nos últimos sete dias, vi claramente a pressão sob a qual está o serviço nacional de saúde. Vi a coragem pessoal, não apenas de doutores e enfermeiros, mas de todos, dos funcionários da limpeza, dos cozinheiros, de fisioterapeutas, de radiógrafos, farmacêuticos, que continuaram e ir para o trabalho, a colocar-se em risco. É graças a essa coragem, devoção, dever e amor que o nosso serviço nacional de saúde tem sido imbatível.
Quero agradecer aos brilhantes médicos, líderes nos seus ramos, homens e mulheres, mas muitos deles por alguma razão chamados Nick, que tomaram decisões cruciais há alguns dias, pelas quais estarei grato para o resto da minha vida. Quero agradecer aos vários enfermeiros, homens e mulheres, cujo cuidado foi tremendo. Vou esquecer alguns nomes, perdoem-me, mas quero agradecer a Po Ling, Shannon, Emily, Angel, Connie, Becky, Rachael, Nicky e Ann. Espero que não se importem se mencionar dois enfermeiros em particular que se mantiveram ao meu lado durante 48 horas quando as coisas poderiam ter seguido qualquer um dos caminhos. São a Jenny, da Nova Zelândia. Invercargill, no sul, para ser exato. E Luís, de Portugal, perto do Porto. A razão, no final, pela qual o meu corpo começou a receber oxigénio suficiente foi porque, durante todos os segundos na noite, estiveram a observar, a pensar, a cuidar e a tomar as intervenções necessárias.
É assim que também sei que, por todo este país, 24 horas por dia, por cada segundo de cada hora, há centenas de milhares de funcionários do serviço nacional de saúde que estão a agir com o mesmo cuidado, pensamento e precisão da Jenny e do Luís. É por isso que iremos derrotar este coronavírus, e iremos fazê-lo juntos. Iremos vencer porque o nosso serviço nacional de saúde é o coração palpitante deste país. É o melhor deste país. É inconquistável. É alimentado a amor. Por isso agradeço da minha parte e de todos nós, ao serviço nacional de saúde. Lembremo-nos de respeitar as regras de distanciamento social. Fiquem em casa, protejam o nosso serviço nacional de saúde e salvem vidas. Obrigado e boa Páscoa".
It is hard to find the words to express my debt to the NHS for saving my life.The efforts of millions of people across this country to stay home are worth it. Together we will overcome this challenge, as we have overcome so many challenges in the past. #StayHomeSaveLives pic.twitter.com/HK7Ch8BMB5
— Boris Johnson #StayHomeSaveLives (@BorisJohnson) April 12, 2020