Primeiro-ministro holandês em alta nas sondagens por gestão da pandemia

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e o seu partido liberal VVD têm subido nas sondagens graças à gestão da pandemia ligada ao novo coronavírus, apesar das críticas de falta de solidariedade na União Europeia (UE).

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Lusa
13/04/2020 12:44 ‧ 13/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Se, no princípio do ano, analistas e comentadores questionavam o futuro político de Rutte e a conveniência de se apresentar pela quarta vez as eleições depois de dez anos à frente do executivo, o tom das últimas semanas é de elogios à sua liderança e estratégia de combate ao novo coronavírus, interna como externamente.

Em várias sondagens publicadas na última semana, o partido de Mark Rutte, o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD), sobe dos atuais 32 deputados na câmara baixa do parlamento para 36 a 38, um aumento de quatro pontos percentuais em relação a fevereiro.

Os diferentes estudos de opinião relacionam a subida com a gestão da crise do coronavírus, considerada correta também por eleitores que habitualmente não votam VVD.

"A disputa pública entre os líderes europeus ajudou-o na política interna e pode aplanar-lhe o caminho. Rutte ainda carrega as cicatrizes da última crise, pelo que não pode ser visto de livro de cheques na mão nas reuniões europeias. Precisa de conseguir créditos entre os seus críticos e continuar a ser um ator europeu viável e realista", explicou o analista Diederik Brink à agência EFE.

Um dos momentos decisivos apontados por comentadores e analistas foi o discurso do primeiro-ministro ao país, em meados de março, o primeiro do género na Holanda desde a crise do petróleo de 1973, considerado equilibrado, confiante e aglutinador.

O lema de Rutte tem sido, desde o início da crise, a confiança na maturidade dos holandeses, que considera dispensar a imposição de restrições dada a capacidade de cada um de tomar as precauções adequadas face aos riscos.

"Cuidem uns dos outros. Conto convosco", disse na mensagem ao país, vista por sete milhões de pessoas.

Nenhum dos outros três partidos da coligação de governo - o CDA (democratas-cristãos), a CU (democratas-cristãos) e o D66 (sociais-liberais) - subiu nas últimas sondagens e alguns destes partidos perderiam mesmo lugares se o país realizasse eleições agora.

Por outro lado, o partido que mais desceu nas sondagens foi o populista Fórum para a Democracia (FvD), que em 2019 se tornou o maior partido no Senado da Holanda, retirando a maioria ao atual executivo naquela câmara.

Apesar da popularidade da estratégia de "confinamento inteligente" do governo, a Holanda, com uma população de 17 milhões, regista 25.587 casos de infeção, com cerca de 1.000 novos casos por dia em média, e 2.737 mortos, em média 100 por dia.

O número de mortos é, contudo, considerado subestimado, uma vez que só entram nos números associados à covid-19 as mortes de pessoas que tenham testado positivo para o vírus SARS-CoV-2.

Segundo o instituto de estatística holandês, CBS, na semana de 30 de março morreram mais 2.000 pessoas do que a média no período homólogo nos últimos anos.

A atual crise sanitária pôs por outro lado em destaque os cortes dos últimos anos no serviço de saúde holandês, com falta de camas de cuidados intensivos e de material individual de proteção.

Uma em cada quatro pessoas infetadas trabalha em serviços de saúde e cerca de 25% dos funcionários de lares de idosos estão infetados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 112 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 375 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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