"O Governo condena veemente os hediondos e violentos ataques e continuará a perseguir todos os assassinos, levando-os, como está a acontecer, à barra da justiça", declarou Filipe Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava durante a cerimónia de tomada de posse da nova presidente do Tribunal Administrativo, Lúcia do Amaral, e do vice-presidente do Tribunal Supremo, João Beirão.
O Presidente da República apelou aos órgãos de justiça para garantirem os direitos das vítimas da violência armada em Cabo Delgado, classificando-a como um atentado à soberania.
"Exige-se do judiciário uma ação tempestiva e responsável, visando sempre buscar a verdade material e acautelar os direitos das vítimas em defesa da nossa soberania em primeiro lugar", observou Filipe Nyusi, apelando ainda às comunidades para não acatarem informações que pretendam "dividir e criar ódio entre as populações e as forças de defesa e segurança".
A província de Cabo Delgado tem sido alvo de ataques de grupos armados que organizações internacionais classificam como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fez, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
No final de março, as vilas de Mocímboa e Quissanga foram invadidas por um grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
Na ocasião, num vídeo distribuído na Internet, um alegado militante 'jihadista' justificou os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na região.
Foi a primeira mensagem divulgada por autores dos ataques que ocorrem há dois anos e meio na província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.