OMS lamenta decisão dos EUA de cortar fundos para organização

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou hoje a decisão do Presidente dos Estados Unidos de cortar os fundos para a organização mundial, um dia depois do anúncio de Donald Trump.

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Lusa
15/04/2020 17:14 ‧ 15/04/2020 por Lusa

Mundo

Tedros Adhanom Ghebreyesus

 

"Lamentamos a decisão do Presidente dos Estados Unidos de ordenar o fim do financiamento da OMS", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus numa conferência de imprensa online, insistindo que este é o momento, devido à pandemia de covid-19, de o mundo estar unido. 

Tedros Adhanom Ghebreyesus, não disse, apesar da insistência dos jornalistas, que impacto terá na OMS o corte do apoio norte-americano, afirmando apenas que a OMS vai estudar esse impacto e a melhor maneira de compensar a falta desse dinheiro.

Quanto às críticas feitas por Donald Trump de má gestão por parte da OMS da crise mundial provocada pelo coronavírusTedros Adhanom Ghebreyesus disse que essa matéria será objeto de análise em tempo oportuno e que agora o foco "é parar o vírus e salvar vidas".

Na terça-feira, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos vão suspender a contribuição do país para a OMS, justificando a decisão com a "má gestão" da pandemia de covid-19 pela agência da ONU.

Na conferência de imprensa a partir da sede da OMS, em Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus começou por lembrar que a criação de uma organização para promover a saúde da população mundial foi das primeiras decisões da ONU, e que essa missão da OMS continua hoje.

Afirmando que os Estados Unidos têm sido um "amigo generoso" da OMS, o responsável lembrou que a organização não luta apenas contra a covid-19 e enumerou várias doenças que fazem parte do seu trabalho.

Perante a decisão de Donald Trump, disse, a OMS vai analisar que impacto nas ações da organização terá o corte de financiamento e vai trabalhar com outros parceiros para "tentar preencher a lacuna financeira", para que o trabalho continue sem interrupções.

"O nosso compromisso para com a saúde pública, a ciência, e com o apoio a todas as pessoas do mundo, sem medo ou favor, permanece absoluto", garantiu.

E acrescentou: "No momento oportuno, o desempenho da OMS na luta contra a pandemia de covid-19 será analisado pelos Estados membros da OMS e pelos órgãos independentes existentes para garantir transparência e responsabilidade".

O responsável admitiu que serão identificadas áreas a melhorar e que haverá lições a aprender, mas acrescentou que agora o objetivo é combater o vírus e salvar vidas.

Tedros Adhanom Ghebreyesus agradeceu ainda aos países, organizações e personalidades que nos últimos dias expressaram apoio à OMS, incluindo financeiro, e lembrou que na terça-feira partiu o primeiro voo de solidariedade da ONU com equipamento de proteção e sanitário para muitos países de África, um esforço que faz parte de um programa para ajudar 95 países de todo o mundo.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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