Norte-americanos começaram a receber transferências diretas do Governo

Milhões de norte-americanos começaram a receber na quarta-feira as transferências diretas de dinheiro, que integram o pacote de estímulo económico aprovado pelo Congresso, para amortizar o impacto da pandemia do novo coronavírus.

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Lusa
16/04/2020 06:23 ‧ 16/04/2020 por Lusa

Mundo

EUA

Os pagamentos ascendem a 1.200 dólares (cerca de 1.100 euros) por pessoa com rendimentos anuais inferiores a 75 mil dólares, 2.440 no caso de casais casados, acrescidos de 50 dólares por filho menor de 17 anos.

Se bem que a maior parte das pessoas vá receber o dinheiro na conta bancária, as Finanças dos EUA também vão enviar cheques.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, informou que se prevê que esta semana mais de 80 milhões de norte-americanos recebam o dinheiro.

Cerca de 17 milhões de pessoas perderam o posto de trabalho em apenas 21 dias, depois de na semana passada mais 6,6 milhões terem solicitado a inscrição para o subsídio de desemprego.

Na segunda-feira foi divulgado que o Tesouro tinha ordenado que os cheques incluíssem a assinatura do Presidente norte-americano, Donald Trump, o que motivou uma forte polémica, uma vez que até hoje nunca um inquilino da Casa Branca tinha assinado cheques neste tipo de reembolsos por parte do Governo.

A líder Democrata da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, considerou na quarta-feira "vergonhoso" que o nome do Republicano Trump surja nos cheques, o que poderá retardar o respetivo envio.

A decisão, inédita, poderá atrasar o envio dos cheques por vários dias, indicou, por sua vez, o diário Washington Post, que cita altos responsáveis dos serviços fiscais norte-americanos.

"Atrasar os pagamentos diretos às famílias vulneráveis apenas por imprimir o nome nos cheques é mais um novo exemplo vergonhoso do fracasso catastrófico do Presidente Trump no tratamento da crise com a urgência que se requer", reagiu Nancy Pelosi, em comunicado.

Outros representantes Democratas, através das redes sociais, também criticaram fortemente a decisão, acusando Trump de estar a querer fazer política em tempos de crise, dado que vai jogar a sua reeleição em novembro.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (mais de 28 mil) e mais casos de infeção confirmados (609.516) de covid-19.

Seguem-se Itália (21.645 mortos, em 165.155 casos), Espanha (18.579 mortos, 177.633 casos), França (15.729 mortos, 143.303 casos) e Reino Unido (12.868 mortos, 98.476 casos).

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

 

 

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