Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, reapareceu esta quinta-feira em público depois de mais de 30 dias sem prestar qualquer declaração.
Em discurso, Ortega defendeu que o país não pode parar, lembrou que até as nações mais poderosas, como os Estados Unidos, estão a ter dificuldades em lidar contra a pandemia de novo coronavírus e afirmou que Covid-19 é "um sinal de Deus".
"A nossa população não deixou de trabalhar, porque se o país pára, o país morre", afirmou Ortega, citado pela Associated Press, lembrando depois o custo de vidas humanas que a pandemia está a causar um pouco por todo o mundo, mas particularizando sobre os Estados Unidos.
"A maior potência na terra não é capaz de cuidar dos seus próprios cidadãos nos Estados Unidos. Há falta de camas e de equipamento médico porque os cuidados de saúde não são disponibilizados ao público, aos pobres", defendeu.
"Estas forças transnacionais querem simplesmente tomar conta do planeta, isso é pecado. O Senhor está a enviar-nos um sinal", indicou.
Relembre-se que esta quarta-feira a Amnistia Internacional afirmou que "o governo do presidente Daniel Ortega está a ignorar de forma flagrante as recomendações das organizações de direitos humanos quanto à pandemia de Covid-19, pondo em risco a saúde e vida de milhares de pessoas".
"É surpreendente que, depois de suprimir qualquer forma de protesto social durante os últimos dois anos, o governo esteja a promover marchas e encontros, expondo a população à pandemia", afirmou Erika Guevara-Rosas, diretora para a América da Amnistia Internacional.