Itália deve aliviar confinamento com "grande cautela" e muitos testes

Itália deverá iniciar o alívio do confinamento geral "com grande cautela" e com a realização contínua de testes para detetar qualquer sinal de aumento dos contágios pelo novo coronavírus, defendeu hoje o Instituto Superior de Saúde italiano.

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Lusa
17/04/2020 17:32 ‧ 17/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"A fase de reabertura deve realizar-se com grande cautela, controlando a todo o momento os novos contágios. Vamos ter de reorganizar a nossa vida, os nossos hábitos nos transportes, no trabalho e nas atividades diárias", disse o presidente do instituto, Silvio Brusaferro, em conferência de imprensa.

"Vai ser necessário identificar os fatores de risco nos locais de trabalho e utilizar ferramentas como o distanciamento social" ou mesmo "barreiras físicas" que impeçam o contacto próximo entre pessoas, advogou.

Itália, o segundo país do mundo mais atingido pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, renovou o confinamento geral da população até 03 de maio.

Silvio Brusaferro defendeu que, ao iniciar o alívio das restrições, as autoridades testem sistematicamente a população, por forma a "permitir viver com o vírus" e manter o nível de contágios "abaixo de 1", ou seja, em que cada pessoa infetada contagia no máximo uma outra pessoa.

Itália regista 168.941 casos de infeção e 22.170 mortes associadas à covid-19, segundo números oficiais de quinta-feira.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística de Itália, entre 01 de março e 04 de abril deste ano registou-se um aumento de 20% das mortes em relação à média, no mesmo período, registada entre 2015 e 2019.

Dados divulgados também hoje pelo Instituto Superior de Saúde indicam que quase 17.000 profissionais de saúde foram infetados desde o início do surto no país, em fevereiro, o que representa 10% do total de infeções.

Segundo um balanço da Federação Nacional das Ordens de Médicos italiana, 125 médicos morreram na sequência de infeção pelo vírus.

Surgido em dezembro na China, o novo coronavírusinfetou mais de 2,1 milhões de pessoas em todo o mundo, 145 mil das quais morreram.

A Europa é a região do mundo mais atingida, com mais de um milhão de casos e quase 100 mil mortos.

Os países europeus mais afetados são Itália (22.170 mortos em 168.941 casos), Espanha (19.478 mortos em 188.068 casos), França (17.920 mortos em 165.027 casos), Reino Unido (13.729 mortos, 103.093 casos) e Bélgica (5.163 mortos, 36.138 casos).

 

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