"Seria uma pena que houvesse uma recaída, que tivéssemos de fazer marcha atrás", disse Angela Merkel em conferência de imprensa.
Merkel frisou que ninguém deve "perder de vista por um segundo" que o mundo está "no princípio da pandemia" e que "falta muito" para superar a crise.
"Este é um tempo sem precedentes desde a II Guerra Mundial, pode ser um erro avançar demasiado rápido", disse, acrescentando que essa é a sua "grande preocupação".
O Governo, afirmou, agirá "passo a passo" e "lentamente", tendo em consideração a vontade dos cidadãos e empresas de um regresso à normalidade e, ao mesmo tempo, os riscos para a saúde e de sobrecarga do sistema de saúde.
"Os efeitos da reabertura de lojas iniciada hoje vão ser analisados dentro de 14 dias", assegurou.
Segundo a chanceler, desde que foi anunciado, na quarta-feira, o alívio de algumas restrições, gerou-se na Alemanha um debate para acelerar o regresso à normalidade, "insinuando uma segurança que não existe em absoluto", mas assegurou que "há pouca margem de manobra" e apelou para que "não seja posto em jogo" o que já foi alcançado.
"Alcançámos muito. Conseguimos ter sob controlo o número de novos infetados", disse, elogiando a "grande disciplina" e "a paciência" dos alemães em quatro semanas de confinamento.
A Alemanha levantou hoje as restrições a algumas atividades, permitindo a reabertura de algumas lojas e de bibliotecas, arquivos e museus, mas mantém fechados restaurantes, bares e 'pubs' e proibidas as celebrações religiosas e eventos públicos.
Com cerca de 83 milhões de habitantes, a Alemanha contabiliza 141.672 casos de infeção pelo novo coronavírus, 4.404 mortes associadas àcovid-19 e 91.500 casos considerados curados, segundo dados oficiais de hoje que consolidam a estabilização do surto no país.
Surgido em dezembro na China, o vírus SARS-CoV-2 já infetou mais de 2,3 milhões de pessoas, 164 mil das quais morreram, em todo o mundo.