A Proteção Civil italiana revelou, há momentos, os dados mais recentes relativos à pandemia do novo coronavírus no país, os quais dão conta de que nas últimas 24 horas foram registados mais 534 mortes por causa da Covid-19, impondo um aumento em relação à véspera (454).
Estes novos números relativos aos óbitos quebram também a tendência de redução que se vinha registando nos últimos dias (454 óbitos na segunda-feira, 433 no domingo, 482 no sábado), mas ainda assim continua a refletir uma fase decrescente da pandemia em Itália. No total, o país conta já com 24.648 mortes relacionadas com Covid-19.
Também aumentou o número de casos de pessoas infetadas com o SARS-Cov-2. Nas últimas 24 horas, foram registados mais 2.729 infetados, inflacionando os dados de ontem (2.256) e que tinham sido os mais baixos desde o dia 10 de março, o mesmo dia em que foi alargada a quarentena a todo o país.
Coronavirus in Italia, 183.957 casi positivi e 24.648 morti. Il bollettino del 21 aprile https://t.co/29Vr3cW8hn pic.twitter.com/f2ZwsCS4Kv
— Corriere della Sera (@Corriere) April 21, 2020
No total, há 183.957 pessoas a quem foi diagnosticado o novo coronavírus desde o início da pandemia em Itália. Apesar deste crescimento de novos casos, os dados relativos aos casos ativos voltaram a descer.
A Lombardia (norte), com 67.931 casos e 12.579 mortos, a Emília-Romanha (centro-norte, 23.092 casos e 3.147 mortos) e o Piemonte (noroeste, 21.955 casos e 2.485 mortos) permanecem as três regiões mais afetadas da península itálica.
Dos mais de 183 mil casos de infeção, 107.709 são casos ativos, números mais baixos em relação aos de segunda-feira (108.237) e hoje foi o segundo dia consecutivo de redução no número de casos positivos.
Existem ainda 24.134 doentes hospitalizados, dos quais 2.471 estão nos cuidados intensivos (menos 104 do que na véspera).
Do total de contágios registados desde o início da pandemia 51.600 estão curados, mais 2.723 do que na segunda-feira, um numero recorde de recuperados, segundo os dados oficiais.
"O vírus está ainda entre nós, um pouco menos forte, mas está lá", tinha alertado previamente o alto-comissário do Governo para a gestão da crise do coronavírus, Domenico Arcuri, enquanto o primeiro-ministro, Guiseppe Conte, anunciava que vai revelar "antes do final da semana" o seu plano de saída progressiva do confinamento, em vigor desde 09 de março e que termina em 03 de maio.
"Gostava de poder dizer 'reabrimos tudo'. De imediato. Reabrimos a partir de amanhã", escreveu hoje Conte numa longa mensagem na sua conta Facebook. "Mas isso faria subir a curva de contágio de forma descontrolada e tornaria vãos todos os esforços que fizemos até ao momento".
Domenico Arcuri insistiu na mesma mensagem: "Não devem ser tomadas decisões prematuras, devemos estar ainda mais conscientes [dos riscos] e responsáveis".
"A partir de 04 de maio poderemos aliviar certas medidas, avaliar o que se passa, e promover mais um pequeno passo semana após semana mas sempre a vigiar o que se passa", considerou por sua vez Silvio Brusaferro, presidente do Instituto superior de Saúde (ISS, um organismo governamental de referência em matéria de saúde pública).
"Devemos excluir todas as atividades que impliquem ajuntamentos, isto é, a presença em simultâneo de centenas ou milhares de pessoas em espaços reduzidos ou fechados, e até que tenhamos uma vacina", advertiu.
"Não aos horários de ponta em todas as fases da vida diária. Devemos dizer adeus às ruas e transportes públicos cheios de gente", prosseguiu.
Silvio Brusaferro também assinalou que "as pessoas que estão imunizadas são absolutamente minoritárias. A grande maioria dos italianos, cerca de 90%, não teve contacto com o vírus. Este número significa que estamos muito longe da imunidade coletiva".