Neste momento, as máscaras transformaram-se num bem tão valioso que todos os países, à escala mundial, lutam por fabricá-lo na maior quantidade possível. Todavia há empresas que não olham a meios, nem à qualidade do produto em si, para o colocar em circulação no mercado.
Nesta terça-feira, o meio de comunicação norte-americano BuzzFeed.news deu conta de que uma empresa com sede em Malta - a MDE Commerce-, propriedade de um português, Ricardo Jorge Pereira de Sousa Coelho, "um milionário com uma coleção de supercarros, empresas e residências em Malta, Seychelles, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e Estónia”, segundo descreve a mesma publicação, esteve na origem de uma venda fraudulenta de máscaras.
Colocadas no mercado norte-americano como sendo máscaras "consideravelmente mais avançadas" e com uma garantia de três anos, eram afinal um produto descartável, de uso máximo de apenas um dia.
O problema é que este produto, as SafeMask, que chegou aos Estados Unidos em fevereiro, na sequência de uma campanha de divulgação por parte da MDE Commerce que envolveu mais de mil milhões de mensagens de correio eletrónico, era vendido bastante acima do valor de mercado: 39,99 dólares por duas máscaras (cerca de 37 euros).
Em declarações tecidas aos jornalistas e reproduzidas pelo site BuzzFeed.news, o empresário Ricardo Coelho deu conta de que as mensagens que chegaram a particulares e empresas eram acompanhadas de máscaras descartáveis, ressalvando: "Ninguém pode esperar que uma máscara dure para sempre. Isso é irracional”.
Ricardo Coelho relatou ainda que o prazo de durabilidade da máscara de três anos tratou-se de um erro, mas um erro que acabou por custar muito caro ao dono da MDE Commerce, visto que o preço das máscaras não só caiu aproximadamente 75%, como o produto terá mesmo deixado de estar à venda nas plataformas onde estava disponível.