Apresentada por deputados do Partido Popular Austríaco e dos Verdes, as forças coligadas no Governo, a proposta solicita que as empresas sediadas ou que têm a empresa-mãe sediada num Estado que conste da "lista de países e territórios não cooperantes da União Europeia (UE) para impostos", como Ilhas Caimão, Panamá, Seychelles ou Ilhas Virgens, sejam excluídas dos apoios destinados às empresas.
A proposta, apoiada por unanimidade, argumenta que os já anunciados 38 mil milhões de euros do pacote de ajuda vão ser "financiados por contribuições de contribuintes que trabalham na Áustria".
A proposta de resolução apresentada ao Governo liderado por Sebastian Kurz refere ainda que os apoios para combater os efeitos da pandemia "não podem cair nas mãos de quem se recusa a contribuir para o que é de todos, apesar de ter os meios [para isso]".
"Aqueles que fogem ao fisco, depositando o seu dinheiro em paraísos fiscais da lista negra da UE, não merecem a solidariedade das contribuições dos trabalhadores e dos empresários na Áustria", reitera a proposta.
A Áustria é, portanto, o país terceiro da UE, após a Dinamarca e a Polónia, que decidiu tomar medidas para impedir a entrega de apoios estatais relacionados com a pandemia a empresas que não pagam impostos ou pagam pouco nos países onde operam.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.