O "plano de desconfinamento" foi hoje adotado pelo Conselho Nacional de Segurança, que reúne os principais responsáveis políticos do país, ao cabo de sete horas de reunião, e comunicado em conferência de imprensa pela primeira-ministra Sophie Wilmès, que começou por sublinhar que "o vírus continua muito presente e perigoso para a população", pelo que o processo será acompanhado de medidas de segurança e pode sofrer alterações, em função da evolução da situação.
O processo passará por várias fases, a primeira das quais agendada para 4 de maio, e que prevê a obrigatoriedade de uso de máscara de proteção por todos os maiores de 12 anos nos transportes públicos. Nesse sentido, Wilmès anunciou a intenção de ser distribuído um meio de proteção a cada cidadão -- designadamente uma máscara de pano e dois filtros -, assim como a reabertura de lojas de tecidos, para que seja possível confecionar máscaras em casa.
O teletrabalho continuará a ser privilegiado para todas as empresas sem contacto direto com o público, e todo o comércio que se encontra encerrado assim continuará.
A segunda parte da "fase 1" está prevista para uma semana mais tarde, 11 de maio, data em que deverá ser autorizada a reabertura de todo o comércio, mas as orientações de segurança específicas só serão decididas na próxima semana. Nesta fase permanecerão encerrados restaurantes e bares.
A "fase 2" deverá arrancar em 18 de maio, com a reabertura progressiva e parcial de escolas, a reabertura de cabeleireiros e, eventualmente, de museus. As reuniões privadas em casa com pequenos grupos de amigos e familiares deverão passar a ser autorizadas.
A "fase 3", que terá início no melhor dos cenários em 08 de junho, deverá ser marcada pela "reabertura potencial e progressiva dos restaurantes", mas ainda não de bares e cafés, enquanto se estuda a situação da reabertura de cinemas, assim como das viagens ao estrangeiro.
"O desconfinamento é uma operação que nunca foi levada a cabo na história do nosso país. Depende em grande parte da evolução da situação sanitária. Nada está gravado em pedra", alertou Sophie WIlmès, reconhecendo que este processo "pode conhecer modificações e marchas-atrás".
Na anterior reunião, em 15 de abril passado, o Conselho Nacional de Segurança havia decidido prolongar até 03 de maio as medidas de confinamento implementado em 18 de março, tendo apenas autorizado a reabertura de lojas de bricolagem e de jardinagem. Na mesma ocasião, as autoridades decidiram interditar a realização de grandes eventos, como os populares festivais musicais de verão, até final de agosto próximo.
A Bélgica totaliza 44.293 casos confirmados de infetados e contabiliza 6.679 mortos -- números que incluem óbitos "suspeitos" de terem sido provocados pela covid-19 -, de acordo com os dados divulgados hoje de manhã.