A decisão do Executivo, que vai vigorar por 180 dias, foi anunciada pela vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, através da televisão estatal, e foi ordenada pelo Presidente, Nicolás Maduro.
"Estas empresas estavam-se a converter em marcadores referenciais [de preços] especulativos, que estão afetando o povo em geral", disse.
Segundo Delcy Rodríguez, a venda supervisionada tem como propósito preservar e respeitar os preços justos dos produtos e preservar os níveis de abastecimento no país.
Por outro lado, precisou que, no caso da Coposa, a "ocupação temporária" tem como propósito "garantir a produção".
O anúncio tem lugar depois de nas últimas três semanas os preços dos produtos aumentarem significativamente de preço, uma subida que a população associa à perda de valor do bolívar, a moeda venezuelana, perante o dólar norte-americano.
Há um mês o dólar cotava-se oficialmente em 70.000 bolívares soberanos e hoje em 171.072 bolívares soberanos.
Nas últimas semanas, vários dirigentes socialistas, entre eles o presidente da Assembleia Constituinte, tido como o segundo homem mais forte do chavismo depois de Nicolás Maduro, Diosdado Cabello, criticou várias vezes, através da televisão estatal, o proprietário de Empresas Polar, Lorenzo Mendoza.
Depois de insinuar que o Empresas Polar era um foco de contágio da covid-19, Diosdado Cabello advertiu, quarta-feira, os empresários do país que "não abusem do povo".
O Empresas Polar, o maior grupo privado do país, produz produtos básicos, de higiene e de grande consumo doméstico, entre eles, arroz, massa, açúcar, margarina, farinha de milho, óleo, atum em lata, vinagre, tomate ketchup, sumos, queijos fundidos, maioneses, aveia, chocolate em pó e marmeladas, bem como bebidas, como refrigerantes, vinhos, cervejas e à base de malte.