Covid-19: Julgamento de extradição de Assange adiado para setembro

Advogados do fundador da WikiLeaks não têm acesso direto ao seu cliente "há mais de um mês" e consideram que esta é a melhor solução.

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Fábio Nunes
27/04/2020 16:54 ‧ 27/04/2020 por Fábio Nunes

Mundo

Coronavírus

O tribunal britânico que vai decidir se Julian Assange, de 48 anos, vai ser extraditado para os Estados Unidos ou não, decidiu adiar o julgamento para setembro por causa da pandemia do novo coronavírus, segundo a CNN. O julgamento de extradição de Assange já tinha sido suspenso até ao dia 18 de maio e agora foi adiado desta data para setembro.

Citando os receios com o vírus, um dos elementos da equipa de advogados de Assange, Edward Fitzgerald, disse que “as provas são de que não seria seguro Assange participar numa videoconferência de um ponto de vista médico”.

Além disso, por causa das restrições em vigor no Reino Unido devido à pandemia, a equipa de defesa do fundador da WikiLeaks afirma que não tem acesso direto a Assange “há mais de um mês”. Julian Assange encontra-se detido na prisão de Belmarsh, no sul de Londres, e as visitas foram suspensas.

Uma situação que só piora as condições para defender Assange. “Houve sempre grandes dificuldades em aceder a Assange, mas com o surto de coronavírus a preparação deste caso passou de difícil para impossível”, frisou Edward Fitzgerald, acrescentando que se o julgamento acontecesse no dia 18 de maio Assange “estaria numa luta de David contra Golias, com as mãos atadas nas costas”.

De recordar que o governo norte-americano pretende a extradição de Julian Assange por alegadamente ter conspirado com a antiga analista Chelsea Manning para expor documentos confidenciais em 2010.

Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange vai enfrentar 18 acusações de crime e pode ser condenado a uma pena de prisão de até 175 anos.

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