Numa fase em que muitos países estão a aligeirar ou a levantar as medidas de restrição impostas no combate à pandemia de Covid-19, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, sublinhou esta segunda-feira, na conferência de imprensa diária, que a batalha contra o coronavírus está longe do fim.
“Com as quarentenas na Europa a serem aligeiradas face aos números decrescentes de novos casos de Covid-19, continuamos a instar aos países para procurarem, isolarem, testarem e tratarem todos os casos e encontrarem todos os contactos, para assegurarem que as tendências de decrescimento continuam”, sublinhou o responsável da OMS.
“A pandemia está longe de ter acabado. A OMS continua a estar preocupada com as crescentes tendências em África, no leste da Europa, na América Latina e em alguns países asiáticos. Como em todas as regiões, há uma subnotificação de casos e mortes em muitos países destas regiões por causa da baixa capacidade de testes”, acrescentou Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelando mais uma vez à união dos países.
“O vírus não será derrotado se não estivermos unidos. Se não estivermos unidos, o vírus vai explorar as fissuras entre nós e vai continuar a criar caos. Vão perder-se vidas”, afiançou.
Portugal foi alvo de uma menção do diretor-geral nesta conferência de imprensa, que agradeceu a recente contribuição financeira portuguesa, mas também da China e do Vietname, para o segundo plano estratégico de resposta da OMS, que vai ser lançado no final desta semana.
"Later this week WHO will launch its second #COVID19 Strategic Preparedness & Response Plan, with an estimate of the resources needed for the next stage of the global response.I would like to thank for their recent contributions"-@DrTedros
— World Health Organization (WHO) (@WHO) April 27, 2020
Tedros Adhanom Ghebreyesus relembrou ainda a importância das campanhas de vacinação, nomeadamente para as crianças. O diretor-geral da OMS realçou que anualmente há mais de 13 milhões de crianças que não são vacinadas.
“Sabemos que esse número vai aumentar por causa da Covid-19”, referiu, antes de dizer que se “a cobertura de vacinações cair”, mais surtos vão ocorrer, incluindo de doenças fatais como o sarampo e a poliomielite.