"As restrições drásticas no tráfego aéreo e outras formas de viagem mantêm-se", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, acrescentando que a medida agora é global e não só para as regiões de maior risco.
"Quarentenas, limitações aos movimentos de viajantes e das atividades públicas persistem em muitos países", disse Maas, justificando a decisão.
Considerando que é preciso coordenar as medidas de combate ao coronavírus com os parceiros europeus, para que seja possível uma "normalização da situação", o ministro reiterou que "neste momento, a segurança dos viajantes não pode ser garantida, já que a pandemia não está controlada".
Maas aludiu à complexidade do repatriamento para a Alemanha de cerca de 230.000 cidadãos que estavam presos em diferentes partes do mundo quando as fronteiras começaram a ser fechadas e os voos suspensos devido à propagação da pandemia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha já tinha afirmado, na semana passada, que "não haverá férias normais neste verão" devido às restrições à livre circulação.
"Da mesma forma que cancelámos todos os grandes eventos até ao final de agosto, neste verão não poderá haver temporada de férias normal, com bares de praia e cabanas de montanha cheias", disse Heiko Maas na altura.
Hoje, no entanto, o ministro admitiu esperar que se possa fazer turismo dentro do país, embora com restrições e respeitando as regras de distanciamento social e higiene reforçada.
A Alemanha é o sexto país no mundo mais afetado pela pandemia, depois dos Estados Unidos, Itália, Espanha, França e Reino Unido.
O Instituto Robert Koch, autoridade responsável pela contabilização das vítimas da covid-19 na Alemanha, registou até hoje 157.641 infetados e 6.115 mortes, enquanto o número de recuperados é de 120.400.
A Universidade norte-americana John Hopkins, que tem um sistema mais dinâmico de atualização de dados, aumenta o número de infeções para 159.912 e o de mortes para 6.314.
A Alemanha, com uma taxa de mortalidade moderada, aplicou medidas menos restritivas do que outros países e conseguiu aplanar a curva de crescimento da doença.
Nos últimos dias e após o levantamento de algumas medidas, os principais virologistas do país e a própria chanceler, Angela Merkel, pediram à população para não baixar a guarda e alertaram para possíveis recaídas ou uma segunda onda de infeções.
Merkel vai encontrar-se na quinta-feira com os líderes dos estados federados para avaliar a situação, depois de ter decidido, há duas semanas, permitir a abertura das pequenas e médias empresas, bem como o retorno gradual às atividades escolares.
Desde que surgiu na China, em dezembro do ano passado, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP.
Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.