Utilização da máscara de proteção espalha-se pelo mundo

A utilização de máscara facial para proteger as pessoas do contágio de covid-19 já foi descrita como inútil, mas está a espalhar-se pelo mundo à medida que os países se preparam para acabar com os confinamentos.

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© Reuters

Lusa
30/04/2020 13:50 ‧ 30/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Uma descrição sobre as posições atualmente adotadas nos vários países, realizada pela AFP, permite ter uma visão geral do uso deste equipamento.

 Obrigatória em todo o país 

 Atualmente mais de 50 países exigem que os seus cidadãos cubram o rosto quando saem de casa, especialmente nos transportes públicos e nas lojas.

Na Europa, o uso de máscaras é obrigatório em espaços públicos da Bulgária, Geórgia, Luxemburgo, Polónia, República Checa e Ucrânia. Mas é limitado a locais públicos fechados, transportes e lojas na Áustria, Eslovénia, Roménia e Lituânia.

Em França, a máscara será necessária nos transportes públicos e recomendada para fazer compras a partir de 11 de maio, quando são levantadas algumas das regras atuais de confinamento.

Na Alemanha, onde já era obrigatório na maioria das regiões, o uso de máscaras - ou lenços - foi estendido a todos os transportes públicos e lojas.

Em África, Camarões impôs o uso de uma máscara a partir de 9 de abril e foi rapidamente seguido pelo Gabão, Guiné, Ruanda, Guiné Equatorial, Zâmbia, Etiópia, Libéria, Serra Leoa, Quénia, Burkina Faso, Angola e até Benin. Outros, como a África do Sul e a Nigéria, vão adotar a mesma medida no início de maio.

Por ceticismo, escassez ou falta de recursos, a regra está longe de ser sempre respeitada nos países mais pobres. Por exemplo, o Chade decretou a obrigatoriedade do uso de máscara, mas acabou por reverter a decisão por falta de material disponível.

No entanto, os incumpridores correm o risco de serem presos em muitos casos, como na Libéria ou na Guiné.

Na América Latina, tapar o nariz e a boca é obrigatório quando se está em locais públicos da Colômbia, Equador, Venezuela, El Salvador e Cuba.

Na Argentina, Chile e Uruguai, a regra só se aplica nos transportes públicos e lojas.

Nas Honduras, o uso de máscara torna-se obrigatório a partir de 3 de maio.

No Médio Oriente, Israel, Líbano, Bahrein e Emirados Árabes Unidos optaram por essa medida nos espaços públicos, enquanto o Qatar e a Turquia a limitaram ao trabalho e a certas empresas.

 

Obrigação variável 

 Em Itália, apenas a Lombardia, a região mais afetada pelo coronavírus, exige a cobertura do nariz e da boca na rua. Noutros lugares, é opcional, exceto para as pessoas mais vulneráveis.

Na Rússia, o uso da máscara é recomendado em todo o país e obrigatório em certas regiões, mas não em Moscovo.

No Paquistão, várias cidades ou províncias tornaram a máscara obrigatória, embora o Governo central apenas a recomende. Mas muitos reutilizam as máscaras ou usam-nas inadequadamente.

Não há instruções gerais na China, mas é obrigatório cobrir a boca e o nariz em determinadas circunstâncias, especialmente em locais públicos com muitas pessoas.

A Indonésia aconselha fortemente os cidadãos a usar máscaras ao ar livre, mas só torna a recomendação numa obrigação em certas regiões. O mesmo acontece na Índia, no Brasil e no México.

Nalguns países onde o uso não é obrigatório em todo o território, muitas metrópoles como Deli, Manila, Lagos, Kinshasa, Nova Iorque, Bombaim e Abidjan exigem proteção.

 

Recomendado 

Na Europa, alguns países optaram pela recomendação, como a Estónia e a Grécia e, depois de algumas hesitações também Portugal, sobretudo para espaços fechados.

Em Espanha, o uso de máscara é recomendado quando não é possível respeitar as distâncias de segurança no trabalho, em lojas, espaços fechados ou na rua. Dez milhões de máscaras foram distribuídas nos transportes públicos em 13 de abril, dia em que muitos trabalhadores voltaram ao trabalho.

A máscara é recomendada na Tanzânia, Bangladesh, Tunísia, República Centro-Africana, Maldivas, Jordânia, Bolívia e Mali.

Na Ásia Central, o uso de uma máscara é frequentemente recomendado, mas sem obrigação, com exceção do Uzbequistão.

 

Uso espontâneo

Em muitos países asiáticos, o uso de máscaras - durante a gripe no inverno ou a chamada febre do feno na primavera - já faz parte da normalidade há muito tempo. A sua utilização face à covid-19 foi, portanto, espontânea.

Foi o caso da Coreia do Sul e do Japão, onde as máscaras se tornaram quase impossíveis de encontrar devido à grande procura.

No Afeganistão, onde a máscara é só recomendada, o seu uso é habitual nas cidades e sobretudo nas mesquitas. Já era frequentemente usada para proteção contra a poluição e pelas mulheres, para esconder o rosto.

 

Facultativo 

Na Irlanda, o Governo acredita que a máscara não protege nada, a menos que já se esteja doente.

Trinta países, com particular incidência no Canadá, Arábia Saudita, Estados escandinavos, Austrália e Nova Zelândia, deram total liberdade aos seus cidadãos para usar ou não máscara.

Também países africanos (como o Malaui, Botsuana, Comores, Lesoto, Namíbia, Burundi, Somália, Sudão do Sul, Djibuti, Eritreia e Uganda) e europeus (como os Países Baixos e o Reino Unido) não emitiram quaisquer instruções.

 

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