Serviços de informação dos EUA rejeitam teoria de criação do vírus

As agências de informação dos Estados Unidos concluíram que o novo coronavírus "não foi criado por humanos nem foi geneticamente modificado", mas ainda estão a analisar a hipótese de acidente num laboratório chinês.

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Lusa
30/04/2020 15:32 ‧ 30/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"A comunidade de serviços de inteligência também concorda com o amplo consenso científico de que o novo coronavírus não foi criado por humanos nem foi geneticamente modificado", disseram os serviços de inteligência, num comunicado hoje divulgado.

Os serviços de informação dizem que continuarão a "examinar rigorosamente" os dados que venham a surgir no futuro, para determinar se "o surto começou através do contacto com animais infetados ou se foi o resultado de um acidente num laboratório em Wuhan".

A declaração do gabinete do diretor dos serviços de inteligência norte-americanos acontece quando o Presidente Donald Trump e os seus apoiantes têm divulgado a teoria não comprovada de que um laboratório de doenças infecciosas em Wuhan, ponto originário do surto da pandemia, pode ter estado na origem da propagação do novo coronavírus.

O Governo chinês disse hoje que quaisquer alegações sobre o novo coronavírus ter origem no laboratório de Wuhan "são infundadas e fabricadas do nada", repetindo uma alegação que defende há algumas semanas.

Nos últimos dias, o Governo dos EUA aumentou o tom acusatório contra Pequim, acusando as autoridades chinesas de não terem agido com rapidez suficiente para impedir a propagação do vírus ou ter alertado o mundo para o risco da pandemia.

O Presidente dos EUA tem-se referido ao assunto com progressiva frequência e o secretário de Estado, Mike Pompeo, disse esta semana que "o simples facto de a China não ter compartilhado informações é muito revelador".

Pompeo desafiou mesmo a China a permitir a entrada de especialistas estrangeiros no laboratório de Wuhan, para que se possa "determinar com precisão onde o vírus teve origem".

"Sabemos que o instituto de virologia está apenas a alguns quilómetros de distância do mercado de Wuhan", insinuou o chefe da diplomacia norte-americana.

As autoridades dos EUA dizem que a sua embaixada em Pequim sinalizou preocupações sobre possíveis problemas de segurança no laboratório de Wuhan, em 2018, mas reconhecem que não há provas de que o novo coronavírus tenha tido aí a sua origem.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

 

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