Luxemburgo pede à Alemanha que reabra fronteiras

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, instou esta terça-feira o Governo alemão a abolir os controlos entre as fronteiras dos dois países, instaurados para lutar contra a pandemia de covid-19.

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Lusa
05/05/2020 11:52 ‧ 05/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Em carta enviada ao ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, Jean Asselborn considerou que o encerramento das fronteiras e os controlos associados não se justifica, gerando um "descontentamento crescente na população dos dois países", pode ler-se em comunicado do Governo luxemburguês.

A Alemanha decidiu na segunda-feira prolongar até 15 de maio o controlo das fronteiras nacionais para lutar contra a propagação da pandemia do novo coronavírus.

Em 16 de março, o país fechou as fronteiras com a maioria dos seus vizinhos, deixando apenas abertas as fronteiras com a Bélgica e a Holanda.

Na carta, o ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês sublinhou que o Luxemburgo, onde o coronavírus provocou a morte de 96 pessoas - um valor muito inferior ao número de casos mortais na Bélgica e Holanda -, não representa "de forma alguma uma ameaça sanitária para as regiões vizinhas".

Para o ministro do Luxemburgo, a reabertura das fronteiras seria um sinal do "restabelecimento progressivo do acordo de Schengen, uma das maiores realizações do processo de integração europeia". 

A economia do Grão-Ducado, com cerca de 620.000 habitantes, depende muito dos trabalhadores fronteiriços belgas, franceses e alemães, que representam no total mais de 200 mil pessoas, segundo dados do Statec, o instituto de estatísticas luxemburguês.

A epidemia de Covid-19 levou os Estados-membros da União Europeia (UE) a suspender temporariamente a livre circulação no espaço Schengen, fechando ou instaurando controlos nas fronteiras nacionais.

A Comissão Europeia preconiza a reabertura progressiva das fronteiras internas da UE, inicialmente apenas nas zonas com níveis mais baixos de propagação do vírus.

A reabertura das fronteiras externas e o acesso à UE de cidadãos de países terceiros só deverá ocorrer "numa segunda fase", de acordo com o plano de Bruxelas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, entre outras medidas os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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