Em carta enviada ao ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, Jean Asselborn considerou que o encerramento das fronteiras e os controlos associados não se justifica, gerando um "descontentamento crescente na população dos dois países", pode ler-se em comunicado do Governo luxemburguês.
A Alemanha decidiu na segunda-feira prolongar até 15 de maio o controlo das fronteiras nacionais para lutar contra a propagação da pandemia do novo coronavírus.
Em 16 de março, o país fechou as fronteiras com a maioria dos seus vizinhos, deixando apenas abertas as fronteiras com a Bélgica e a Holanda.
Na carta, o ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês sublinhou que o Luxemburgo, onde o coronavírus provocou a morte de 96 pessoas - um valor muito inferior ao número de casos mortais na Bélgica e Holanda -, não representa "de forma alguma uma ameaça sanitária para as regiões vizinhas".
Para o ministro do Luxemburgo, a reabertura das fronteiras seria um sinal do "restabelecimento progressivo do acordo de Schengen, uma das maiores realizações do processo de integração europeia".
A economia do Grão-Ducado, com cerca de 620.000 habitantes, depende muito dos trabalhadores fronteiriços belgas, franceses e alemães, que representam no total mais de 200 mil pessoas, segundo dados do Statec, o instituto de estatísticas luxemburguês.
A epidemia de Covid-19 levou os Estados-membros da União Europeia (UE) a suspender temporariamente a livre circulação no espaço Schengen, fechando ou instaurando controlos nas fronteiras nacionais.
A Comissão Europeia preconiza a reabertura progressiva das fronteiras internas da UE, inicialmente apenas nas zonas com níveis mais baixos de propagação do vírus.
A reabertura das fronteiras externas e o acesso à UE de cidadãos de países terceiros só deverá ocorrer "numa segunda fase", de acordo com o plano de Bruxelas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, entre outras medidas os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.