"Se tivéssemos conseguido aumentar a capacidade de testagem mais rapidamente, teria sido benéfico e por muitos tipos de razões isso não aconteceu", afirmou hoje Patrick Vallance na comissão parlamentar de Saúde.
O governo britânico é criticado por ter respondido tarde ao novo coronavírus e por ter deixado de testar todas as pessoas com sintomas, como aconselhava a Organização Mundial de Saúde, rastreando os casos e isolando pessoas que tivessem estado em contacto com pessoas infetadas.
Outros países que adotaram esta estratégia, como a Coreia do Sul e a Alemanha, registaram taxas mais baixas de mortalidade.
Alegando falta de infraestruturas, o governo britânico só alcançou na semana passada a meta de 100 mil testes de diagnóstico diários e só em meados de maio prevê ter pronto um novo sistema de rastreio que vai ajudar no alívio do confinamento.
O Reino Unido é um dos países mais afetados pela pandemia, aproximando-se da Itália, que atualmente é o país com o maior número de mortes de pessoas infetadas pela covid-19 na Europa (29.079 mortos).
De acordo com o balanço publicado pelo ministério da Saúde britânico na segunda-feira, registou até agora 28.734 mortes e 190.584 casos de contágio.
Mas o jornal The Times calculou hoje que o excesso de mortalidade, que inclui as mortes relacionadas com covid-19 e aqueles que aconteceram indiretamente por causa da crise, já chega aos 55.700 óbitos.
Na audição de hoje, Vallance procurou também clarificar as declarações feitas em março de que a estratégia do governo britânico era de promover uma "imunidade de grupo", e que causaram bastante controvérsia.
"O que eu estava a tentar dizer era que, na ausência de uma terapia, a maneira pela qual se pode impedir uma comunidade de se tornar suscetível é através da imunidade e a imunidade pode ser obtida por vacinação ou por pessoas que têm a doença", justificou.
Segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.