Levantar estado de emergência seria "erro imperdoável"
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse hoje que levantar o estado de emergência e retirar as ajudas económicas nesta altura seria "um erro imperdoável" no combate contra a pandemia de covid-19.
© Reuters
Mundo Pedro Sánchez
"Ninguém tem certezas numa situação inédita, nem o Governo, nem a oposição", disse o chefe do Executivo espanhol no Congresso dos Deputados.
O parlamento espanhol debate e vota hoje o quarto prolongamento do estado de emergência no país.
Para o governo, o prolongamento - apesar de incluir novas medidas de "desconfinamento" - é a atitude certa para "completar a vitória contra a covid-19".
"Não chegamos aqui por acaso. Detivemos a expansão da pandemia porque limitámos as vias de contágio graças ao estado de emergência e às armas legais que o estado de emergência confere, disse Sánchez reiterando que se trata de "uma arma legal constitucional".
O primeiro-ministro anunciou também que vai ser declarado em Espanha o luto nacional, sem precisar uma data.
O governo classifica o momento atual como "fase 01 de desconfinamento" anunciado que após terminar o primeiro período no sentido da "nova normalidade" vai celebrar-se uma homenagem pública às vítimas da pandemia em Espanha.
Na sua intervenção de hoje, Sánchez alertou ainda que, durante o período de desconfinamento, vão continuar vigentes as restrições apesar de serem menos "severas".
O primeiro-ministro disse que é preciso limitar "mais umas semanas" os "direitos fundamentais" como a livre circulação e situações de reunião para garantir que outros dois direitos: saúde pública e o direito à vida possam prevalecer.
Para Sánchez a única "ferramenta" para fazer face à situação continua a ser o "estado de emergência".
Sánchez discursa no Parlamento de Espanha para pedir o prolongamento do estado de emergência durante o período de "desconfinamento" que prevê o reinício das atividades económicas afirmando que na gestão da pandemia não "houve certezas absolutas".
O presidente do Executivo acrescentou que seria um erro "absoluto" e "totalmente imperdoável" levantar as ajudas económicas às famílias e aos trabalhadores por conta própria.
"Certamente que aconteceram atrasos e falhas, mas esta é uma ação sem precedentes na história da democracia", disse Sánchez.
No país morreram 25.613 pessoas infetadas pelo covid-19 registando-se 220.000 casos de contágio.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 254 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
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