Irão nota "tendência para subida" na propagação do vírus

O Irão mostrou hoje preocupação com uma "tendência para subida" na propagação da epidemia de covid-19 no país, que ultrapassou o limite dos 100.000 casos com 1.680 novas infeções.

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Lusa
06/05/2020 14:18 ‧ 06/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Os primeiros casos do novo coronavírus apareceram em meados de fevereiro no Irão, que é de longe o país mais afetado pela pandemia no Médio Oriente.

"Constatamos uma tendência para subida nos últimos três ou quatro dias, o que é significativo", declarou hoje o porta-voz do Ministério da Saúde, Kianuche Jahanpur, na sua conferência de imprensa diária.

Esta subida "deve-se ao nosso comportamento, nomeadamente nas últimas duas semanas, uma parte da sociedade aparentemente mudou de atitude" face às regras de precaução contra o vírus, disse.

Além dos 1.680 novos casos registados oficialmente nas últimas 24 horas, o Irão contou também 78 mortos, que fazem aumentar o total para 6.418, segundo o porta-voz.

As autoridades tinham anunciado no domingo, na segunda-feira e na terça-feira 47, 74 e 63 mortos, respetivamente.

Pelo menos 2.735 pessoas continuam hospitalizadas em estado crítico, adiantou Kianuche Jahanpur.

Para conter a propagação da doença, o Irão tomou várias medidas de restrição, sem nunca ter imposto o confinamento.

Desde 11 de abril, foi autorizada a reabertura gradual das lojas e desde segunda-feira a das mesquitas em cerca de 30% dos municípios onde o risco de contágio era considerado mínimo.

A subida dos casos poderá ser atribuída a um aumento das deslocações entre as cidades, notou o porta-voz.

Os números do governo são considerados muito subestimados por alguns especialistas estrangeiros, mas também por vários responsáveis iranianos.

Um relatório parlamentar divulgado em meados de abril estimava que o verdadeiro balanço poderia ser 80% mais alto que o anunciado pelo governo.

Os dados fornecidos pelo executivo têm por base apenas "os doentes que foram hospitalizados com sintomas graves", assinalava o relatório, que alertava para uma "segunda vaga" da pandemia no país no inverno.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 257.000 mortos e infetou quase 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios, segundo um balanço da agência France Presse.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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