Paquistão inicia desconfinamento para proteger economia
O Paquistão inicia o fim do confinamento no sábado, embora a pandemia de covid-19 esteja ainda a ganhar força neste país em desenvolvimento, onde a população mais desfavorecida está a ser muito afetada economicamente, anunciou hoje o primeiro-ministro.
© Reuters
Mundo Covid-19
"Tomámos a decisão de suspender as medidas de contenção no sábado, em diferentes fases", disse hoje o primeiro-ministro, Imran Khan, numa conferência de imprensa televisionada, referindo-se ao novo momento do plano de combate à propagação do novo coronavírus.
No domingo passado, o ministro do Planeamento do Paquistão, Asad Umar, citando um estudo científico, estimou que o confinamento prolongado no país poria em risco 18 milhões de empregos e levaria dezenas de milhões de paquistaneses a ficar abaixo da linha de pobreza.
"Estamos a tomar esta decisão porque as pessoas no nosso país estão numa situação muito difícil. Os trabalhadores e os pequenos empresários estão a sofrer muito", explicou hoje o líder do Governo paquistanês.
"Tememos que as pequenas e médias empresas e indústrias, que sustentam o emprego (...) fechem totalmente as portas", no caso de as medidas de contenção se prologarem, disse Imran Khan, acrescentando que chegou a um acordo sobre esta matéria com os governadores das províncias do Paquistão.
Imran Khan, que desde o início da pandemia se opôs a um confinamento geral das cidades, considera que as medidas de contenção permitem "salvar muitas vidas do novo coronavírus, mas fazem-nas morrer de fome".
Os governos das províncias paquistanesas, no entanto, tinham tomado decisões contrárias aos desejos do primeiro-ministro, no final de março, decretando medidas de confinamento geral, que deverão ser agora prorrogadas ou suspensas, a partir de sábado.
O levantamento gradual das medidas de contenção, que envolverá a reabertura de mercados e de pequenas empresas ocorre quando as infeções e as mortes provocadas pelo novo coronavírus estão a aumentar no Paquistão.
Mais de 560 pessoas morreram em consequência da covid-19, segundo dados oficiais, um número muito baixo para um país com mais de 200 milhões de habitantes e com um sistema de saúde precário.
Mais de 24.000 pacientes estão assinalados como infetados, um número considerado subestimado, devido a uma flagrante falta de testes.
As autoridades de saúde paquistanesas também temem um rápido aumento destes números, tendo o Governo autorizado cerimónias em mesquitas, durante o período do Ramadão.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 263 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.
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