O ministro da Saúde, Santiago Illa, explicou hoje em conferência de imprensa que os territórios que vão passar a partir de segunda-feira à segunda etapa (fase um) do fim do confinamento correspondem a "pouco mais de metade, 51%, da população" que vive em Espanha.
Os agregados populacionais maiores do país, Madrid e Barcelona vão manter-se mais alguns dias na atual "fase zero", a primeira etapa do desmantelamento das medidas de confinamento que começou na passada segunda-feira.
"Neste momento o mais importante é consolidar o fim do confinamento", insistiu Santiago Illa que sublinhou a necessidade de haver "prudência, prudência e prudência".
Enquanto o governo regional da Catalunha tinha pedido para que Barcelona não passasse já à fase seguinte o de Madrid deu um parecer favorável a essa evolução, contra a opinião da responsável sanitária regional que se demitiu.
O Governo central concorda que a capital do país tem capacidade para atender o número atual de doentes com a covid-19, mas prefere esperar até que o sistema de deteção de atenção primária esteja mais consolidado para aprovar a mudança de fase, o que pode acontecer no final da próxima semana.
Na documentação apresentada por Madrid para justificar o alívio das medidas em vigor defendia-se que, desde abril, houve uma diminuição de 84% no número de pacientes internados na Comunidade e de 64% no número de internados nas unidades de cuidados intensivos.
A maior parte das comunidades autónomas espanholas pediu esse alívio das medidas, muito rígidas, em vigor e defende que as suas províncias estão prontas para permitir, entre outras coisas, reuniões até 10 pessoas fora ou dentro de casa, que se possa ir ao pequeno comércio de rua sem marcação prévia ou a abertura de esplanadas com uma ocupação de metade dos lugares.
Algumas outras zonas da Catalunha e também várias da Comunidade de Castela e Leão, algumas que fazem fronteira com Portugal, também se mantêm na atual fase de confinamento.
Por exemplo, na Andaluzia todas as províncias passam para a fase seguinte menos as de Málaga e Granada.
Tanto as províncias da Galiza como as da Estremadura espanhola fronteiriças de Portugal passam para a fase um.
A Espanha iniciou na segunda-feira passada a primeira etapa de alívio das medidas em vigor de luta contra a covid-19 (chamada fase zero), com a abertura parcial do pequeno comércio de rua, como barbearias, cabeleireiros e restaurantes que passaram a vender comida para levar e com marcação prévia.
Em termos gerais, foi autorizada a abertura das lojas que tenham uma área de até 400 metros quadrados, desde que os clientes tenham hora marcada para serem atendidos individualmente (um funcionário por cliente) e respeitando uma distância mínima de dois metros.
Nas regiões que na próximo segunda-feira feira passam à segunda etapa do fim do confinamento (fase um) são permitidas, entre outras medidas, reuniões até 10 pessoas fora ou dentro de casa, os consumidores podem ir ao pequeno comércio de rua sem marcação prévia e é autorizada a abertura de esplanadas, com uma ocupação de até metade dos lugares.
O levantamento das medidas em vigor que restringem a mobilidade dos cidadãos só deverá terminar no final de uma quarta etapa (fase três), em finais de junho ou princípios de julho.
Madrid é a região espanhola mais atingida pela pandemia, com 8.552 mortes até hoje, 33% do total nacional, e 64.333 casos (24%) confirmados de infeção pelo coronavírus que provoca a covid-19.
A Catalunha tem um total de 51.733 (23%) de casos confirmados com covid-19 e 5.471 (21%) mortes, mas a principal fonte de preocupação é que, por exemplo, hoje teve 58 novos internados nas suas unidades de cuidados intensivos, 68% do total nacional.
A Espanha é um dos países mais atingidos pela covid-19, que a nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
O país registou, nas últimas 24 horas, 229 mortes devido à pandemia de covid-19, uma ligeira subida em relação aos 213 de quinta-feira, havendo até agora um total de 26.299 óbitos, segundo as autoridades sanitárias.
De acordo com o Ministério da Saúde espanhol, há 1.095 novos casos positivos, um número que apesar de superior ao de quinta-feira, mantém a tendência de redução dos últimos dias, elevando para 222.857 o total de infetados confirmados pelo teste PCR, o mais fiável na deteção do vírus.