Covid-19: Prolongado estado de alerta até 13 de junho na Venezuela
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prolongou na terça-feira, até 13 de junho, o estado de alerta em vigor no país desde março, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia da covid-19.
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Mundo Covid-19
"Estou a assinar a renovação do decreto do estado de alarma por mais 30 dias, para continuar a proteger o nosso povo. Passo a assinar, aprovado", disse Maduro durante uma reunião de trabalho dedicada à agroindústria, transmitida pela televisão estatal venezuelana.
Nicolás Maduro explicou que se a Venezuela relaxar as medidas de prevenção da quarentena pode haver um aumento dos casos, "como na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil".
"Eu digo à família venezuelana que não relaxe, que [tenha] mais disciplina e mais consciência. A Venezuela conseguiu muito (em prevenção) ao compararmos com outros países. Temos 423 casos, 220 recuperados e apenas 10 mortes", afirmou o chefe de Estado.
O anúncio teve lugar depois de Nicolás Maduro anunciar que foi registado mais um caso do novo coronavírus no país. A pessoa em questão chegou na terça-feira num voo de ajuda humanitária proveniente da China, o quinto voo desde março, com 46 toneladas de equipamentos e suprimentos médicos para prevenir a covid-19.
O ministro venezuelano da Saúde, Carlos Alvarado, precisou que da China chegaram 80 mil 'kits', 40 milhões de máscaras, luvas e outros materiais, tendo o país recebido no total 300 toneladas de apoio humanitário, nos cinco voos feitos por Pequim.
A oposição venezuelana acusou na terça-feira o Governo do Presidente Nicolás Maduro de não flexibilizar e levantar a quarentena no país devido à grave escassez de gasolina na Venezuela, país onde 55% da força de trabalho está paralisada.
"Pelo número de casos registados pelo regime sobre a covid-19 não há motivos para uma quarentena tão elevada. Não abrem a economia pelas restrições no abastecimento, devido à escassez de gasolina", declarou o deputado que preside à Comissão de Finanças do parlamento da Venezuela.
José Guerra, que é também economista, adiantou aos jornalistas que "os venezuelanos ou morrem de coronavírus ou de fome, porque 55% da força de trabalho está paralisada", e "quem trabalha por conta própria ou na economia informal não tem receitas".
"Há uma paralisação brutal na economia", frisou.
A Venezuela tem 423 casos confirmados de covid-19, 10 mortes associadas à doença e, pelo menos, 220 pessoas recuperadas.
O país desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 289 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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