"O teste desenvolvido pela Roche parece ser extremamente confiável, recebeu o sinal verde das autoridades de saúde pública de Inglaterra (...) e atualmente estamos a negociar com a Roche", afirmou o secretário de Estado para Saúde, Edward Argar, à BBC Radio 4.
O teste serológico é usado para determinar a presença de anticorpos no sangue e para determinar se uma pessoa já foi infectada com o novo coronavírus.
No entanto, não determina se a pessoa tem imunidade, algo que a Organização Mundial da Saúde disse no final de abril não existirem ainda provas de que as pessoas infetadas desenvolvam.
"Se o teste for positivo, diz com certeza que a pessoa teve a infeção, o que é útil para uma série de razões. Mas o que o que eu penso que não diz com absoluta certeza é se a pessoa vai estar protegida no futuro. Ainda vai ser preciso fazer melhorias no teste para ser possível saber se [a pessoa] tem proteção futura ao vírus", afirmou o professor de medicina na universidade de Oxford, John Bell, à BBC Radio 4.
O teste serológico foi considerado "decisivo" em meados de março pelo Governo britânico, quando anunciou a compra de "milhões" de unidades, mas a falta de confiança nos resultados levou ao chumbo de várias versões avaliadas.
Este teste, que a farmacêutica suíça Roche afirma ter um alto grau de sensibilidade e especificidade, foi aprovado no Reino Unido cerca de 10 dias depois de ter recebido luz verde das autoridades europeias e norte-americanas.
O presidente da empresa, Christoph Franz, afirmou no início de maio que a "sensibilidade e especificidade extraordinariamente elevadas" -- 100% e 99,81%, respetivamente e o "novo nível qualitativo" que este teste pode trazer aos estudos de medição da imunidade da população ao SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19, e a ajuda à "reabertura não só da economia, mas também da sociedade".
De acordo com a atualização dos dados feita hoje pelo ministério da Saúde, o Reino Unido registou até agora 33.186 mortes resultantes da pandemia covid-19, o balanço mais elevado na Europa e o segundo maior no mundo, atrás dos EUA.
Na quarta-feira, o Governo britânico iniciou a primeira fase de alívio do confinamento, encorajando trabalhadores de setores que não podem exercer a atividade em casa, como a construção ou indústria, a voltar aos empregos.
Dependendo do índice de contágio, programou numa fase, a partir de 01 de junho, a reabertura parcial de escolas primárias e algumas lojas não essenciais, como de roupa, e numa terceira fase, "o mais tardar em julho", o governo pretende reabrir parte do setor dos serviços, como cafés e restaurantes.