O primeiro-ministro de Espanha anunciou este sábado o prolongamento do estado de emergência no país, para que esteja ativo até ao final da última etapa do desconfinamento, e defendeu essa decisão recordando que o número de fatalidades seria muito pior caso não tivessem sido tomadas essas medidas.
"Com o inquérito serológico conferimos que foi contagiada 5% da população e que a letalidade real é de 1%. Estes dados levam-nos a concluir que o estado de emergência funcionou. O caminho que estávamos a seguir desde o início da epidemia é o único possível", disse Pedro Sánchez, em conferência de imprensa, citado pelo El País.
O responsável pelo governo central espanhol disse, ainda, que alguns defendiam que "uma solução era deixar que o vírus se espalhasse para alcançar a imunidade de grupo, o que implica 70% da população" mas que quem iniciou essa abordagem "teve de dar um passo atrás".
"Se tivéssemos optado por essa abordagem, a infeção poderia ter chegado a 30 milhões de espanhóis e poderia ter custado a vida a 300 mil pessoas. Ou talvez mais porque teria colapsado o sistema de saúde. Devemos ter muito em conta estas lições", acrescentou o primeiro-ministro.
Sublinhe-se que Sánchez anunciou este sábado que vai prolongar o estado de emergência no país durante "cerca de um mês", sem se comprometer com um data específica, sublinhando que a ideia é que esteja ativo até ao final da última etapa do desconfinamento.
Decretado em 14 de março, esta exceção à normalidade permitiu ao Governo recuperar o controlo de poderes num país altamente descentralizado e limitar a circulação de pessoas, tendo sido considerado um dos mais rigorosos confinamentos do mundo.
A Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia da Covid-19 no mundo, com mais de 27 mil mortes, lançou na segunda-feira passada o levantamento progressivo das restrições associadas ao coronavírus em metade do país.