Cabo Verde continua na presidência da CPLP até 2021

Cabo Verde vai prolongar até 2021 a presidência rotativa da CPLP, após proposta de Angola, país que deveria assumir a liderança da organização lusófona em julho, anunciou hoje à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano.

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Lusa
18/05/2020 14:54 ‧ 18/05/2020 por Lusa

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Covid-19

 

"Por causa dos efeitos da covid-19, Angola propôs que Cabo Verde se mantivesse na presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP] até 2021", disse Luís Filipe Tavares à agência Lusa.

Numa entrevista à Televisão de Cabo Verde (TCV), Luís Filipe Tavares disse que o Conselho de Ministros Extraordinário (reunião dos chefes da diplomacia dos países lusófonos) deverá acontecer ainda este ano, em Cabo Verde, para debater a proposta de mobilidade, "se a situação da pandemia o permitir".

"Em relação à cimeira, recebemos há poucos dias de Angola uma solicitação em como gostariam que Cabo Verde continuasse a assumir a presidência da CPLP até 2021 porque Angola diz que neste momento não tem condições, tendo em conta a pandemia e a evolução dos próximos meses em relação a esta doença", disse Tavares.

Em janeiro, o secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, disse à Lusa que a cimeira de chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da comunidade ficou marcada para setembro.

Inicialmente prevista, como habitualmente, para julho - mês em que a organização lusófona celebra o aniversário -, a cimeira de chefes de Estado e de Governo acabou por ser marcada para "02 e 03 de setembro", de acordo com "uma proposta de Angola nesse sentido", disse então o embaixador português.

A cimeira de Luanda vai marcar o fim do mandato da presidência cabo-verdiana da CPLP e o início da presidência angolana.

Na altura, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que não via constrangimentos no adiamento da cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP para setembro, garantindo que o país faria "com prazer" mais dois meses de presidência da organização.

"O importante é que nessa cimeira, pensamos que estão criadas as condições para celebrarmos um grande momento, que é mobilidade a nível da CPLP", afirmou o chefe do Governo de Cabo Verde.

No entanto, em abril, já com a pandemia de covid-19 declarada, o secretário-executivo admitiu que "dificilmente" existirão condições para a realização, em setembro, da cimeira.

Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano confirmou que Angola informou que "não tem condições" para realizar a cimeira nos dias 02 e 03 de setembro.

"Mas Cabo Verde já lhes respondeu que está disponível para continuar na presidência da CPLP até julho de 2021", afirmou Luís Filipe Tavares, garantindo que, até lá, haverá "tempo suficiente" para verem a questão da mobilidade, cuja proposta de Cabo Verde já foi consensualizada entre os nove Estados-membros e será ratificado na cimeira de Luanda.

Os Estados-membros da organização são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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