O plano, apresentado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pela chanceler alemã, foi abordado na reunião virtual entre Merkel e os líderes do grupo, que integra Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria, informou o porta-voz do Governo de Berlim, Steffen Seibert.
As medidas anunciadas no âmbito deste projeto de relançamento económico visam criar um fundo de estímulo temporário financiado por empréstimos da Comissão Europeia nos mercados em nome dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE).
Neste contexto, Merkel abordou com o polaco Mateusz Morawiecki, o eslovaco Igor Matovic, o checo Andrej Babis e o húngaro Viktor Orbán os temas prioritários que na perspetiva de Berlim devem pautar o semestre da presidência alemã da UE, que se inicia em julho.
Numa conversa posterior, Merkel e Babis analisaram a situação na fronteira germano-checa, que se mantém encerrada por decisão de Praga, à semelhança do que sucede com a fronteira polaca.
Na semana passada a Alemanha iniciou a redução gradual dos controlos fronteiriços terrestres em coordenação com o Luxemburgo, França, Áustria, Suíça e Dinamarca, e que nunca chegaram a ser aplicados com Holanda e Bélgica.
O objetivo de Merkel consiste em recuperar a partir de 15 de junho a livre circulação no espaço Schengen, na sequência dos controlos e encerramentos impostos pela pandemia.
A proposta conjunta de Merkel e Macron para a reconstrução europeia deverá ser submetida à apreciação dos restantes 25 Estados-membros da União.
O âmago da proposta consiste na criação de um fundo de 500 mil milhões de euros destinado às regiões e setores mais afetados pela pandemia da covid-19.
Os dois líderes qualificaram de "colossal" e "gigantesco" o esforço necessário para superar a atual situação, e precisaram que o dinheiro garantido através da emissão de dívida deverá ser transferido para as regiões mais atingidas com base em critérios definidos por Bruxelas.
A proposta obteve uma receção favorável da Comissão Europeia. O Executivo comunitário está envolvido num modelo que segue nessa direção, segundo informou em comunicado a sua presidente, Ursula von der Leyen, e que deverá ser revelado em 27 de maio.
No enanto, este projeto continua a suscitar reservas da Áustria, Holanda, Dinamarca e Suécia, que se opõem um plano baseado em créditos não reembolsáveis ou transferências gratuitas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infetou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (90.369) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,5 milhões).
Seguem-se o Reino Unido (34.796 mortos, mais de 246 mil casos), Itália (32.007 mortos, quase 226 mil casos), França (28.239 mortos, cerca de 180 mil casos) e Espanha (27.709 mortos, mais de 231.600 casos).
A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (2.722), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infeções (quase 300 mil).
Por regiões, a Europa soma mais de 167 mil mortos (mais de 1,9 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 96.300 mortos (mais de 1,5 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 30.600 mortos (quase 550 mil casos), Ásia mais de 12.600 mortos (cerca de 375 mil casos), Médio Oriente perto de 8.300 mortos (mais de 2908 mil casos), África mais 2.800 mortos (mais de 88.200 casos) e Oceânia com 128 mortos (mais de 8.400 casos).