Segundo a agência nacional encarregada do planeamento familiar, face às restrições impostas, as pequenas clínicas encerraram e os médicos admitiram ter efetuado um número significativamente menor de consultas, depois de o arquipélago do sudeste asiático ter entrado em confinamento.
Nessas condições, prossegue a agência, o acesso a meio de contraceção e as consultas de planeamento familiar tornou-se mais difícil.
"Muitas pessoas obedeceram às diretrizes do governo e permanecem em casa, salvo em casos de urgência. E creio que, para muitos, a contraceção não é considerada uma urgência", explicou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o chefe dos Serviços de Planeamento Familiar e da População indonésio, Hasto Wardoyo.
No início do próximo ano, a Indonésia, que conta atualmente com a quarta maior população do mundo, poderá ver 420 mil bebés suplementares em relação às previsões iniciais, calculam os serviços, que estimam que cerca de 10% dos utentes não teve acesso aos meios contracetivos.
Nesse sentido, os serviços aguardam um 'boom' de nascimentos que se juntará aos cerca de 4,8 milhões de bebés que nascem em média anualmente no país, que conta com mais de 260 milhões de habitantes.
"Se pensa em ter filhos, este não é o melhor momento, pelo que não renunciem aos meios de contraceção", advertiu Hasto Wardoyo.
A agência pública indonésia adiantou ter enviado parte do seu pessoal para uma missão porta a porta para entregar os meios de contraceção que os utentes solicitaram.
Segundo o diretor dos serviços da agência pública, na Indonésia, 95% dos que utilizam os métodos de contraceção são mulheres. São poucos os homens que recorrem ao uso de preservativos, precisou.