"Estamos muito confiantes de que vamos ter um sistema de teste e rastreamento [test, track and trace] em operação que vai ser imbatível mundialmente e que vai estar pronto a 01 de junho", afirmou hoje, durante o debate semanal com os deputados na Câmara dos Comuns.
Em vez dos 18.000 trabalhadores inicialmente previstos, Johnson disse que vão ser recrutadas 25.000 pessoas para fazer este trabalho, as quais serão capazes de rastrear 10.000 novos casos por dia.
"Isso é muito importante, porque atualmente o número de novos casos é de cerca de 2.500 por dia. Eles vão ser capazes de identificar os contactos desses casos novos e de impedir a doença de se espalhar", vincou.
O novo sistema de deteção e rastreamento é considerado crítico no plano de desconfinamento do governo, que prevê a reabertura parcial de escolas e lojas não essenciais no início de junho.
O primeiro-ministro respondia ao líder do partido Trabalhista, Keir Starmer, que criticou o governo por ter interrompido o rastreamento de casos de contágio a 12 de março, ao contrário da Coreia do Sul e Alemanha, onde a mortalidade é significativamente inferior à do Reino Unido.
A estratégia foi abandonada devido à falta de capacidade de testagem, que só atingiu a meta de 100 mil testes por dia no final de abril.
Usado com sucesso por outros países, o sistema de rastreamento visa travar a transmissão do coronavírus ao determinar o isolamento de pessoas que tenham estado em contacto com um infetado.
No Reino Unido, o rastreamento manual dos contactos vai funcionar em paralelo com uma aplicação de telemóvel desenvolvida pelos serviços de saúde, que notifica automaticamente pessoas tenham estado em contacto próximo com um infetado, as quais são identificadas através da tecnologia sem fios 'bluetooth'.
Porém, o sucesso da aplicação depende do número de pessoas que a descarreguem para os seus telemóveis para que sejam notificados, tendo especialistas estimado ser necessário uma taxa de adesão superior a 50%.
De acordo com o balanço oficial de terça-feira, o Reino Unido registou durante a pandemia 248.818 pessoas infetadas, das quais 35.341 morreram, o segundo maior número de óbitos a nível mundial, atrás dos EUA.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 323 mil mortos e infetou quase 4,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.