O início do encontro, que deverá decorrer na sede nacional do partido, em Bissau, está marcado para as 10:00 locais (11:00 em Lisboa).
O objetivo do encontro, segundo fonte do partido, é procurar um consenso para formar um novo Governo inclusivo, mas liderado pelo PAIGC, que venceu as legislativas, no sentido de realizar as grandes reformas, incluindo a revisão constitucional.
O convite do PAIGC ao Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Partido da Renovação Social (PRS), Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Nova Democracia e União para Mudança foi feito na quarta-feira.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise política no país, instou, em abril, o chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a nomear um novo Governo, que respeite os resultados das legislativas de 2019, até sexta-feira.
No mesmo comunicado, a CEDEAO reconheceu Umaro Sissoco Embaló como vencedor das presidenciais e pediu às autoridades e classe política guineenses para encetarem diligência para promover a revisão constitucional no prazo de seis meses e a realizar um referendo.
A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da APU-PDGB, que formou um Governo com o Madem-G15, o PRS e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, não aceitou a derrota na segunda volta das presidenciais de dezembro e considerou que o reconhecimento da vitória do seu adversário é "o fim da tolerância zero aos golpes de Estado" por parte da CEDEAO.
A União Europeia, União Africana, ONU, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal elogiaram a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país, mas exortaram a que fossem executadas as recomendações da CEDEAO, sobretudo a de nomear um novo Governo respeitando o resultado das últimas legislativas.
O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país, declarado no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.