Desde setembro de 2019 que o Líbano atravessa a pior crise económica desde o final da guerra civil (1975-1990), agravada pelas medidas de confinamento motivadas pela pandemia do novo coronavírus.
A libra libanesa perdeu mais de metade do seu valor face ao dólar nas agências de câmbio, implicando projeções de uma inflação superior a 50% em 2020.
Em abril, a ONG Human Rights Watch preveniu que mais de metade da população se arrisca a não conseguir garantir os meios de subsistência básicos.
"O governador do Banco central prometeu-me que o Banco do Líbano (BDL) vai intervir no mercado a partir de hoje para proteger a libra libanesa e travar o aumento da taxa de câmbio", anunciou Diab num discurso por ocasião dos 100 dias da entrada em funções do Executivo, legitimado pelo parlamento após um longo impasse.
"Anuncio igualmente que a importação dos produtos alimentares de base será subvencionada (...) e que os libaneses assistirão brevemente a uma redução dos preços destes produtos", acrescentou.
No Líbano, a moeda nacional, indexada à nota verde desde 1997 a uma taxa fixa de 1.507 libras por um dólar, desvalorizou nos últimos meses no mercado paralelo até atingir em abril o patamar histórico das 4.000 libras por um dólar.
O discurso do primeiro-ministro surge num momento em que se registam cortes de eletricidade há vários dias, atribuídas pela Eletricidade do Líbano (EDL) a um aumento da procura devido a uma pouco habitual vaga de calor que atinge o país desde há uma semana.
Hoje decorreu um protesto junto ao ministério da energia, indicou a agência noticiosa nacional (ANI), após um grupo de militantes ter tentado tomar de assalto na quarta-feira a sede da EDL, num país que desde há três décadas regista de uma penúria crónica no fornecimento de eletricidade.
O atual Governo foi formado no início de 2020, após várias semanas de manifestações massivas que forçaram à demissão no final de outubro do antigo primeiro-ministro, Saad Hariri.
O parlamento concedeu o seu voto de confiança ao novo Executivo em 11 de fevereiro.
Desde 2019 que o país está imerso por um amplo e inédito movimento de contestação contra a classe política, considerada corrupta e incompetente.